Crime da 113 Sul: quem é Adriana Villela, acusada de mandar matar os próprios pais; pena foi anulada
Ministério Público vai recorrer da decisão do STJ que anulou a condenação de Adriana Villela Acusada de ser a mandante do assassinato dos próprios pais, Adriana Villela está no centro de um dos casos que mais chocou o Distrito Federal. O Crime da 113 Sul, ocorrido em 2009, ganhou série documental no Globoplay e ainda tem lacunas em aberto. Nesta terça-feira (2), a ação penal contra Adriana voltou à estaca zero depois que a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu anular a condenação. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. O crime completou 16 anos na última quinta-feira (28) e ainda é cercado de dúvidas. Hoje, Adriana Villela tem 61 anos, não mora mais em Brasília e tenta levar uma vida dedica a projetos sociais no interior da Bahia. Relembre abaixo quem é a acusada – e como era o relacionamento dela com os pais. Adriana Villela no documentário 'Crime da 113 Sul' TV Globo Arquiteta e entusiasta de projetos sociais Nascida em Brasília em 1964, Adriana Villela é filha de José Guilherme Villela e Maria Carvalho Mendes Villela. O casal de advogados tinha um renomado escritório de advocacia em Brasília, onde atendiam clientes do mais alto escalão. José Guilherme era ainda ministro aposentado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e considerada uma figura respeitada na capital. Moradores do Plano Piloto, área nobre da capital federal, o casal residia em dois apartamentos unificados na 113 Sul — onde foram mortos. Além de Adriana, o casal também teve Augusto Villela, o filho mais novo. Diferentemente do irmão, que seguiu o caminho dos pais e atua como advogado, Adriana já chegou a se descrever como uma "artista, revolucionária". Com facilidade para os desenhos, ela conta que sempre foi estimulada pelos pais a praticar arte. Desenho feito por Adriana Villela Reprodução/Globoplay De acordo com um perfil em rede social, Adriana Villela graduou-se em arquitetura e urbanismo pela Universidade de Brasília (UnB) em 1987. Após 20 anos, obteve o título de mestre em desenvolvimento sustentável, também pela UnB. Ela relata que desenvolveu um projeto de reciclagem de vidros voltado para inclusão social em cooperativa de catadores. Ainda de acordo com informações disponíveis na internet, Adriana coleciona uma série de projetos sociais que levam sua assinatura. Em entrevista ao documentário "Crime da 113 Sul" do Globoplay, Adriana conta que estava vivendo "a plenitude da sua vida profissional" quando os pais foram assassinados. Augusto Villela, irmão de Adriana, Adriana Villela e a filha, Carolina Villela. Afonso Ferreira/TV Globo Luto e gravidez da adolescência Adriana Villela engravidou aos 18 anos. Na época ela namorava Flávio Perche, amigo da faculdade de Arquitetura. O relacionamento durou apenas dois anos e foi interrompido por um acidente de moto que tirou a vida de Flávio. Do relacionamento, o casal teve Carolina Villela Perche, que nasceu em 1983. Em entrevista à Folha de S. Paulo, Adriana revelou que os pais a ajudaram na criação da filha, que nasceu quando ela ainda estava na faculdade. "Meus pais assumiram a criação da minha filha. Nunca me preocupei com o que ela ia comer, com nada [...] Desfrutávamos do dinheiro deles", disse à Folha sobre ela, a filha e o irmão. Maria Carvalho Mendes Villela e José Guilherme Villela, mortos em 2009 em apartamento na Asa Sul Arquivo pessoal Na época em que morreram, em 2009, José Guilherme e Maria Villela tinham uma fortuna estimada em R$ 50 milhões, que seria dividida entre os filhos. Apesar dos bens, o casal era tido como reservado e discreto. Além do imóvel em que residiam na 113 Sul e de outras escrituras, eles também acumularam uma pequena fortuna em ações pessoais contra a União e em honorários advocatícios. Mesada paga pelos pais Com o dinheiro dos pais, Adriana conseguia conciliar a criação da filha, manter os estudos e realizar projetos sociais — que às vezes eram patrocinados pelo próprio pai. Na época em que Maria e José Guilherme foram assassinados, em agosto de 2009, Adriana recebia uma mesada de R$ 8,5 mil. Ela também declarou que os pais pagavam por suas despesas extras. Apesar do valor recebido, Adriana já chegou a declarar não ser uma pessoa "apegada a dinheiro". A afirmação foi dada pela própria arquiteta, busca refutar as acusações de que seria a mandante do assassinato de seus pais. Adriana é apontada como a principal suspeita do crime, que teria sido motivado por desavenças financeiras. As investigações mostram ainda troca de mensagens entre a arquiteta e os pais, que reclamavam do “temperamento agressivo” da acusada e das cobranças por dinheiro. Nova vida no Rio Após o crime, Adriana Villela tenta levar uma vida normal. Em meados de 2010, a arquiteta se mudou para um apartamento no Leblon, no Rio de Janeiro. O empreendimento foi deixado pelos pais para ela. O advogado de defesa de Adriana, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou ao g1 que a arquiteta atualmente vive em uma cidade no interior


Ministério Público vai recorrer da decisão do STJ que anulou a condenação de Adriana Villela Acusada de ser a mandante do assassinato dos próprios pais, Adriana Villela está no centro de um dos casos que mais chocou o Distrito Federal. O Crime da 113 Sul, ocorrido em 2009, ganhou série documental no Globoplay e ainda tem lacunas em aberto. Nesta terça-feira (2), a ação penal contra Adriana voltou à estaca zero depois que a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu anular a condenação. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. O crime completou 16 anos na última quinta-feira (28) e ainda é cercado de dúvidas. Hoje, Adriana Villela tem 61 anos, não mora mais em Brasília e tenta levar uma vida dedica a projetos sociais no interior da Bahia. Relembre abaixo quem é a acusada – e como era o relacionamento dela com os pais. Adriana Villela no documentário 'Crime da 113 Sul' TV Globo Arquiteta e entusiasta de projetos sociais Nascida em Brasília em 1964, Adriana Villela é filha de José Guilherme Villela e Maria Carvalho Mendes Villela. O casal de advogados tinha um renomado escritório de advocacia em Brasília, onde atendiam clientes do mais alto escalão. José Guilherme era ainda ministro aposentado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e considerada uma figura respeitada na capital. Moradores do Plano Piloto, área nobre da capital federal, o casal residia em dois apartamentos unificados na 113 Sul — onde foram mortos. Além de Adriana, o casal também teve Augusto Villela, o filho mais novo. Diferentemente do irmão, que seguiu o caminho dos pais e atua como advogado, Adriana já chegou a se descrever como uma "artista, revolucionária". Com facilidade para os desenhos, ela conta que sempre foi estimulada pelos pais a praticar arte. Desenho feito por Adriana Villela Reprodução/Globoplay De acordo com um perfil em rede social, Adriana Villela graduou-se em arquitetura e urbanismo pela Universidade de Brasília (UnB) em 1987. Após 20 anos, obteve o título de mestre em desenvolvimento sustentável, também pela UnB. Ela relata que desenvolveu um projeto de reciclagem de vidros voltado para inclusão social em cooperativa de catadores. Ainda de acordo com informações disponíveis na internet, Adriana coleciona uma série de projetos sociais que levam sua assinatura. Em entrevista ao documentário "Crime da 113 Sul" do Globoplay, Adriana conta que estava vivendo "a plenitude da sua vida profissional" quando os pais foram assassinados. Augusto Villela, irmão de Adriana, Adriana Villela e a filha, Carolina Villela. Afonso Ferreira/TV Globo Luto e gravidez da adolescência Adriana Villela engravidou aos 18 anos. Na época ela namorava Flávio Perche, amigo da faculdade de Arquitetura. O relacionamento durou apenas dois anos e foi interrompido por um acidente de moto que tirou a vida de Flávio. Do relacionamento, o casal teve Carolina Villela Perche, que nasceu em 1983. Em entrevista à Folha de S. Paulo, Adriana revelou que os pais a ajudaram na criação da filha, que nasceu quando ela ainda estava na faculdade. "Meus pais assumiram a criação da minha filha. Nunca me preocupei com o que ela ia comer, com nada [...] Desfrutávamos do dinheiro deles", disse à Folha sobre ela, a filha e o irmão. Maria Carvalho Mendes Villela e José Guilherme Villela, mortos em 2009 em apartamento na Asa Sul Arquivo pessoal Na época em que morreram, em 2009, José Guilherme e Maria Villela tinham uma fortuna estimada em R$ 50 milhões, que seria dividida entre os filhos. Apesar dos bens, o casal era tido como reservado e discreto. Além do imóvel em que residiam na 113 Sul e de outras escrituras, eles também acumularam uma pequena fortuna em ações pessoais contra a União e em honorários advocatícios. Mesada paga pelos pais Com o dinheiro dos pais, Adriana conseguia conciliar a criação da filha, manter os estudos e realizar projetos sociais — que às vezes eram patrocinados pelo próprio pai. Na época em que Maria e José Guilherme foram assassinados, em agosto de 2009, Adriana recebia uma mesada de R$ 8,5 mil. Ela também declarou que os pais pagavam por suas despesas extras. Apesar do valor recebido, Adriana já chegou a declarar não ser uma pessoa "apegada a dinheiro". A afirmação foi dada pela própria arquiteta, busca refutar as acusações de que seria a mandante do assassinato de seus pais. Adriana é apontada como a principal suspeita do crime, que teria sido motivado por desavenças financeiras. As investigações mostram ainda troca de mensagens entre a arquiteta e os pais, que reclamavam do “temperamento agressivo” da acusada e das cobranças por dinheiro. Nova vida no Rio Após o crime, Adriana Villela tenta levar uma vida normal. Em meados de 2010, a arquiteta se mudou para um apartamento no Leblon, no Rio de Janeiro. O empreendimento foi deixado pelos pais para ela. O advogado de defesa de Adriana, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou ao g1 que a arquiteta atualmente vive em uma cidade no interior da Bahia. Relatos ainda dão conta de que ela vem pouco para Brasília devido à memória do crime – que ainda é muito viva na capital. Na Bahia, ela diz manter um projeto social em uma cidade do interior. Assim como na época do caso, Adriana Villela ainda se dedica à realização de projetos sociais em diferentes regiões do país. Adriana Villela em entrevista para a série documental "Crime da 113 Sul", do Globoplay Globo/ Divulgação O crime da 113 Sul O crime ocorreu em 28 de agosto de 2009. No sexto andar do bloco C da 113 Sul, quadra nobre de Brasília, foram assassinados: José Guilherme Villela, 73 anos, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), morto com 38 facadas; Maria Carvalho Mendes Villela, 69 anos, advogada, morta com 12 facadas; A empregada doméstica da família, Francisca Nascimento da Silva, 58 anos, morta com 23 facadas. Os corpos foram achados já em estado de decomposição, em 31 de agosto de 2009, por Carolina Villela, neta do casal. A perícia demonstrou que as vítimas foram assassinadas em 28 de agosto de 2009, por volta das 19h15. Adriana chegou a ser presa duas vezes de forma preventiva devido às investigações do crime, mas foi liberada. Nesta semana, o STJ anulou sua condenação. Agora, o caso terá novos desdobramentos na Justiça. Os ministros acataram o argumento de que houve cerceamento da defesa de Adriana Villela porque parte dos depoimentos colhidos pela polícia só foi apresentada durante o julgamento. Com a decisão, ela volta a ser ré pelos crimes, mas as provas e os depoimentos colhidos desde 2010 estão anulados. LEIA TAMBÉM: CRIME DA 113 SUL: por 3 votos a 2, Sexta Turma do STJ anula júri e condenação de Adriana Villela ADRIANA VILLELA: relembre o caso e entenda porque sua condenação foi anulada Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.