Dor crônica: condição afeta milhões de brasileiros e já é a principal causa de aposentadorias precoces no país
Edição de 02/09/2025 Dores crônicas afetam cerca de 40% da população brasileira e são a principal causa de aposentadorias precoces no país. O Profissão Repórter desta terça-feira (2) acompanhou histórias de quem busca tratamento. 'Comecei a entrar em pânico' Carmen Beatriz de Paula, de 43 anos, convive com a fibromialgia desde 2022. A doença, que afeta cerca de 3% dos brasileiros, causa dor muscular generalizada e crônica. Outros sintomas comuns são o sono não reparador e cansaço. Ansiedade, depressão, dificuldade de concentração e de memória também podem surgir com a síndrome. "O pior processo foi de perceber que a dor não ia embora nem com fisioterapia, nem com tratamentos normais de analgésico e nada tirava a dor. Eu comecei a entrar em pânico", relata Carmen. A rotina de Carmen inclui sessões de fisioterapia e o uso de cerca de 25 medicamentos por dia. Atualmente, ela também usa uma bengala para se locomover. "Tem um seis meses que eu estou com ela [bengala]. Eu demorei para aceitar que eu precisava de uma, até ter várias quedas, ai você fala: 'ah, tá bom, vou aceitar'". 'É uma dor de 24 horas': mulher com fibromialgia relata uso de 25 medicamentos por dia Reprodução/TV Globo 'Limitou minha vida em tudo' A veterinária Andressa Correa sente uma dor no abdômen causada por uma síndrome mesentérica. A dor é causada por uma compressão da principal artéria que fornece sangue para o intestino. "Estou há mais de 10 anos nessa luta. É como se estivesse, ao mesmo tempo, pegando várias facas e dando várias pontadas na minha barriga e vindo com uma coisa bem quente e passando em todo abdômen". Gabriel Lino, de 21 anos, é diagnosticado com neuralgia do trigêmeo — considerada uma das dores mais intensas que existem. A doença é causada pela compressão de um nervo facial e provoca crises súbitas de dor extrema. Gabriel conta que os primeiros sintomas surgiram em janeiro, após a extração de um dente. “Senti um choque imenso. Hoje em dia, não sinto mais nada direito. Eu perdi a sensibilidade. Não consigo sair no sol, não consigo trabalhar. Na verdade, essa doença limitou minha vida em tudo”, desabafa. 'Limitou minha vida em tudo': jovens com dor crônica relatam condições Reprodução/TV Globo Dor nas costas: o peso do trabalho Até 2050, 843 milhões de pessoas vão sofrer com dor nas costas, segundo a Organização Mundial da Saúde. Rosana Pereira, faxineira, tem hérnia de disco e precisa tomar vários medicamentos para conseguir trabalhar. “Se eu sentar, não levanto. Tomo café em pé no serviço. Eu passo o dia todo em pé e, se eu não tomar remédio, eu não consigo”, conta. O médico especialista em doenças do fígado, Luiz Carneiro, alerta para risco do uso contínuo de analgésicos, que pode causar doenças como hepatite medicamentosa, uma inflamação do fígado provocada por um uso prolongado ou inadequado de medicamentos. Enjoos, febre, confusão mental e desmaio são alguns dos sintomas da doença. Nos casos mais graves, o paciente precisa passar por um transplante de fígado. “O analgésico é para uso pontual, não como tratamento contínuo. A ideia é que ele seja usado no pico do problema agudo”, explica. OMS: Até 2050, 843 milhões de pessoas vão sofrer com dor nas costas Reprodução/TV Globo Confira as últimas reportagens do Profissão Repórter:


Edição de 02/09/2025 Dores crônicas afetam cerca de 40% da população brasileira e são a principal causa de aposentadorias precoces no país. O Profissão Repórter desta terça-feira (2) acompanhou histórias de quem busca tratamento. 'Comecei a entrar em pânico' Carmen Beatriz de Paula, de 43 anos, convive com a fibromialgia desde 2022. A doença, que afeta cerca de 3% dos brasileiros, causa dor muscular generalizada e crônica. Outros sintomas comuns são o sono não reparador e cansaço. Ansiedade, depressão, dificuldade de concentração e de memória também podem surgir com a síndrome. "O pior processo foi de perceber que a dor não ia embora nem com fisioterapia, nem com tratamentos normais de analgésico e nada tirava a dor. Eu comecei a entrar em pânico", relata Carmen. A rotina de Carmen inclui sessões de fisioterapia e o uso de cerca de 25 medicamentos por dia. Atualmente, ela também usa uma bengala para se locomover. "Tem um seis meses que eu estou com ela [bengala]. Eu demorei para aceitar que eu precisava de uma, até ter várias quedas, ai você fala: 'ah, tá bom, vou aceitar'". 'É uma dor de 24 horas': mulher com fibromialgia relata uso de 25 medicamentos por dia Reprodução/TV Globo 'Limitou minha vida em tudo' A veterinária Andressa Correa sente uma dor no abdômen causada por uma síndrome mesentérica. A dor é causada por uma compressão da principal artéria que fornece sangue para o intestino. "Estou há mais de 10 anos nessa luta. É como se estivesse, ao mesmo tempo, pegando várias facas e dando várias pontadas na minha barriga e vindo com uma coisa bem quente e passando em todo abdômen". Gabriel Lino, de 21 anos, é diagnosticado com neuralgia do trigêmeo — considerada uma das dores mais intensas que existem. A doença é causada pela compressão de um nervo facial e provoca crises súbitas de dor extrema. Gabriel conta que os primeiros sintomas surgiram em janeiro, após a extração de um dente. “Senti um choque imenso. Hoje em dia, não sinto mais nada direito. Eu perdi a sensibilidade. Não consigo sair no sol, não consigo trabalhar. Na verdade, essa doença limitou minha vida em tudo”, desabafa. 'Limitou minha vida em tudo': jovens com dor crônica relatam condições Reprodução/TV Globo Dor nas costas: o peso do trabalho Até 2050, 843 milhões de pessoas vão sofrer com dor nas costas, segundo a Organização Mundial da Saúde. Rosana Pereira, faxineira, tem hérnia de disco e precisa tomar vários medicamentos para conseguir trabalhar. “Se eu sentar, não levanto. Tomo café em pé no serviço. Eu passo o dia todo em pé e, se eu não tomar remédio, eu não consigo”, conta. O médico especialista em doenças do fígado, Luiz Carneiro, alerta para risco do uso contínuo de analgésicos, que pode causar doenças como hepatite medicamentosa, uma inflamação do fígado provocada por um uso prolongado ou inadequado de medicamentos. Enjoos, febre, confusão mental e desmaio são alguns dos sintomas da doença. Nos casos mais graves, o paciente precisa passar por um transplante de fígado. “O analgésico é para uso pontual, não como tratamento contínuo. A ideia é que ele seja usado no pico do problema agudo”, explica. OMS: Até 2050, 843 milhões de pessoas vão sofrer com dor nas costas Reprodução/TV Globo Confira as últimas reportagens do Profissão Repórter: