Empresa desiste da SAF e Paraná Clube corre risco de falência

A NextPlay, liderada por Pedro Weber, ex-presidente do Azuriz, informou ao Paraná Clube que desistiu de adquirir a Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A decisão ocorreu instantes depois da aprovação do novo plano de Recuperação Judicial, que tem pontos que não agradaram aos investidores e ao próprio Tricolor. O plano aprovado pelos credores tinham modificações […]

Nov 19, 2025 - 14:30
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Empresa desiste da SAF e Paraná Clube corre risco de falência

A NextPlay, liderada por Pedro Weber, ex-presidente do Azuriz, informou ao Paraná Clube que desistiu de adquirir a Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A decisão ocorreu instantes depois da aprovação do novo plano de Recuperação Judicial, que tem pontos que não agradaram aos investidores e ao próprio Tricolor.

O plano aprovado pelos credores tinham modificações aprovadas na reunião de 24 de outubro. Nas últimas três semanas, os credores e os investidores se reuniram para debater os pontos divergentes, mas não houve acordo.

“O Paraná Clube, no papel de recuperanda, deixa claro sua posição contrária ao Plano aprovado na Assembleia Geral de Credores realizada na data de hoje (19/11/2025). O texto aprovado gera insegurança jurídica relevante à independência da UPI SAF, afasta potenciais investidores, inviabiliza a construção de qualquer proposta séria e compromete, de forma direta e objetiva, a estabilidade e o desfecho regular do Processo de Recuperação Judicial do Paraná Clube”, lamenta o Tricolor, em nota.

Vale destacar que se o plano fosse reprovado, abriria um processo de falência do Paraná Clube. “Se o plano for rejeitado e não havendo outro plano, a consequência natural disso é um despacho judicial convolando a Recuperação Judicial em falência”, disse Maurício Obladen, administrador judicial da RJ, antes dos votos.

Agora, o Tricolor precisa encontrar um comprador para a SAF até fevereiro de 2026. Caso não consiga, o clube ainda poderá ter a falência decretada.

Qual era a proposta da NextPlay pela SAF do Paraná Clube?

Pedro Weber foi CEO do América-RN
Pedro Weber foi CEO do América-RN. (Foto: TV Mecão/Reprodução)

A NextPlay oficializou uma proposta para adquirir a SAF do Paraná Clube por, no mímimo, R$ 212 milhões, com valores variando conforme a divisão no futebol brasileiro.

Os valores para investimento seriam:

  • R$ 85 milhões na Série A
  • R$ 42 milhões para o pagamento das dívidas com a Receita Federal e o Banco Central
  • R$ 10 milhões para a construção do centro de treinamento
  • R$ 60 milhões para investimento na Vila Capanema
  • R$ 10 milhões destinados ao futebol em anos sem divisão nacional
  • R$ 21,9 milhões na Série D
  • R$ 28 milhões na Série C
  • R$ 46,8 milhões na Série B

Já o pagamento dos credores seria feito através da venda da Sede da Kennedy, mas foi justamente este ponto que gerou a divergência. Muitos temiam não receber o valor se o leilão do imóvel fosse com preço abaixo do esperado. O imóvel foi avaliado pelo Tricolor em R$ 88,6 milhões, com lance mínimo de R$ 70,8 milhões em segunda praça.

Por conta disso, os credores aprovaram que, até a venda definitiva da UPI Kennedy, as cotas da SAF serão a garantia dos credores.

“O clube reconhece que os credores detêm o direito legítimo de deliberar sobre o processo, e respeita integralmente essa prerrogativa. No entanto, mesmo após um amplo ciclo de negociações, prevaleceu uma divergência significativa entre os próprios credores quanto aos pontos essenciais da proposta, o que impediu a formação de uma posição comum. Alguns representantes — inclusive aqueles com influência sobre algumas classes — haviam sinalizado concordância preliminar, optando posteriormente por não manter o alinhamento inicialmente construído”.

Confira a nota do Paraná Clube

O Paraná Clube vem a público informar que, diante da não concordância dos credores em relação aos termos construídos ao longo dos últimos meses, a NextPlay Capital comunicou a retirada de sua proposta de aquisição da UPI Futebol (SAF Paraná Clube).

A proposta da NextPlay Capital contemplava investimentos mínimos de R$ 210 milhões, que poderiam chegar a R$ 687 milhões conforme os gatilhos de desempenho e expansão previstos no plano apresentado. Essa composição representava um dos maiores avanços já obtidos no contexto da recuperação judicial, resultado direto do esforço conjunto de negociações entre clube, investidora e diversos representantes da massa credora.

Aos credores, a proposta chegou a mais de R$ 130 milhões em valor econômico, incluindo o pagamento integral do passivo fiscal pelo investidor, além da destinação da Sede da Kennedy — avaliada em mais de R$ 88 milhões — para o pagamento dos credores concursais, extraconcursais e ilíquidos.

O clube reconhece que os credores detêm o direito legítimo de deliberar sobre o processo, e respeita integralmente essa prerrogativa. No entanto, mesmo após um amplo ciclo de negociações, prevaleceu uma divergência significativa entre os próprios credores quanto aos pontos essenciais da proposta, o que impediu a formação de uma posição comum. Alguns representantes — inclusive aqueles com influência sobre algumas classes — haviam sinalizado concordância preliminar, optando posteriormente por não manter o alinhamento inicialmente construído.

O Paraná Clube, no papel de recuperanda, deixa claro sua posição contrária ao Plano aprovado na Assembleia Geral de Credores realizada na data de hoje (19/11/2025). O texto aprovado gera insegurança jurídica relevante à independência da UPI SAF, afasta potenciais investidores, inviabiliza a construção de qualquer proposta séria e compromete, de forma direta e objetiva, a estabilidade e o desfecho regular do Processo de Recuperação Judicial do Paraná Clube.

Com a retirada da proposta, o processo seguirá seu curso regular, dentro das normas da recuperação judicial e das responsabilidades de cada parte envolvida.

19/11/2025
Paraná Clube SAF

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