Empresa desiste da SAF e Paraná Clube corre risco de falência
A NextPlay, liderada por Pedro Weber, ex-presidente do Azuriz, informou ao Paraná Clube que desistiu de adquirir a Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A decisão ocorreu instantes depois da aprovação do novo plano de Recuperação Judicial, que tem pontos que não agradaram aos investidores e ao próprio Tricolor. O plano aprovado pelos credores tinham modificações […]
A NextPlay, liderada por Pedro Weber, ex-presidente do Azuriz, informou ao Paraná Clube que desistiu de adquirir a Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A decisão ocorreu instantes depois da aprovação do novo plano de Recuperação Judicial, que tem pontos que não agradaram aos investidores e ao próprio Tricolor.
“O Paraná Clube, no papel de recuperanda, deixa claro sua posição contrária ao Plano aprovado na Assembleia Geral de Credores realizada na data de hoje (19/11/2025). O texto aprovado gera insegurança jurídica relevante à independência da UPI SAF, afasta potenciais investidores, inviabiliza a construção de qualquer proposta séria e compromete, de forma direta e objetiva, a estabilidade e o desfecho regular do Processo de Recuperação Judicial do Paraná Clube”, lamenta o Tricolor, em nota.
Vale destacar que se o plano fosse reprovado, abriria um processo de falência do Paraná Clube. “Se o plano for rejeitado e não havendo outro plano, a consequência natural disso é um despacho judicial convolando a Recuperação Judicial em falência”, disse Maurício Obladen, administrador judicial da RJ, antes dos votos.
Agora, o Tricolor precisa encontrar um comprador para a SAF até fevereiro de 2026. Caso não consiga, o clube ainda poderá ter a falência decretada.
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Qual era a proposta da NextPlay pela SAF do Paraná Clube?

A NextPlay oficializou uma proposta para adquirir a SAF do Paraná Clube por, no mímimo, R$ 212 milhões, com valores variando conforme a divisão no futebol brasileiro.
Os valores para investimento seriam:
- R$ 85 milhões na Série A
- R$ 42 milhões para o pagamento das dívidas com a Receita Federal e o Banco Central
- R$ 10 milhões para a construção do centro de treinamento
- R$ 60 milhões para investimento na Vila Capanema
- R$ 10 milhões destinados ao futebol em anos sem divisão nacional
- R$ 21,9 milhões na Série D
- R$ 28 milhões na Série C
- R$ 46,8 milhões na Série B
Já o pagamento dos credores seria feito através da venda da Sede da Kennedy, mas foi justamente este ponto que gerou a divergência. Muitos temiam não receber o valor se o leilão do imóvel fosse com preço abaixo do esperado. O imóvel foi avaliado pelo Tricolor em R$ 88,6 milhões, com lance mínimo de R$ 70,8 milhões em segunda praça.
Por conta disso, os credores aprovaram que, até a venda definitiva da UPI Kennedy, as cotas da SAF serão a garantia dos credores.
“O clube reconhece que os credores detêm o direito legítimo de deliberar sobre o processo, e respeita integralmente essa prerrogativa. No entanto, mesmo após um amplo ciclo de negociações, prevaleceu uma divergência significativa entre os próprios credores quanto aos pontos essenciais da proposta, o que impediu a formação de uma posição comum. Alguns representantes — inclusive aqueles com influência sobre algumas classes — haviam sinalizado concordância preliminar, optando posteriormente por não manter o alinhamento inicialmente construído”.
Confira a nota do Paraná Clube
O Paraná Clube vem a público informar que, diante da não concordância dos credores em relação aos termos construídos ao longo dos últimos meses, a NextPlay Capital comunicou a retirada de sua proposta de aquisição da UPI Futebol (SAF Paraná Clube).
A proposta da NextPlay Capital contemplava investimentos mínimos de R$ 210 milhões, que poderiam chegar a R$ 687 milhões conforme os gatilhos de desempenho e expansão previstos no plano apresentado. Essa composição representava um dos maiores avanços já obtidos no contexto da recuperação judicial, resultado direto do esforço conjunto de negociações entre clube, investidora e diversos representantes da massa credora.
Aos credores, a proposta chegou a mais de R$ 130 milhões em valor econômico, incluindo o pagamento integral do passivo fiscal pelo investidor, além da destinação da Sede da Kennedy — avaliada em mais de R$ 88 milhões — para o pagamento dos credores concursais, extraconcursais e ilíquidos.
O clube reconhece que os credores detêm o direito legítimo de deliberar sobre o processo, e respeita integralmente essa prerrogativa. No entanto, mesmo após um amplo ciclo de negociações, prevaleceu uma divergência significativa entre os próprios credores quanto aos pontos essenciais da proposta, o que impediu a formação de uma posição comum. Alguns representantes — inclusive aqueles com influência sobre algumas classes — haviam sinalizado concordância preliminar, optando posteriormente por não manter o alinhamento inicialmente construído.
O Paraná Clube, no papel de recuperanda, deixa claro sua posição contrária ao Plano aprovado na Assembleia Geral de Credores realizada na data de hoje (19/11/2025). O texto aprovado gera insegurança jurídica relevante à independência da UPI SAF, afasta potenciais investidores, inviabiliza a construção de qualquer proposta séria e compromete, de forma direta e objetiva, a estabilidade e o desfecho regular do Processo de Recuperação Judicial do Paraná Clube.
Com a retirada da proposta, o processo seguirá seu curso regular, dentro das normas da recuperação judicial e das responsabilidades de cada parte envolvida.
19/11/2025
Paraná Clube SAF

