Empresário alega ter usado dinheiro de prefeitura para pagar agiota, não mãe de santo: 'Também seria criminoso', diz promotor
Vice-prefeita de Ribeira (SP) foi denunciada pelo MP por suposto repasse de R$ 41 mil para 'casamento espiritual' Redes Sociais William Felipe da Silva, dono da empresa W.F. Da Silva Treinamentos, que teve os contratos com a Prefeitura de Ribeira (SP) suspensos pela Justiça após denúncias de fraude, alegou ao Ministério Público (MP-SP) que usou R$ 41,2 mil dos cofres públicos para pagar um agiota — segundo o órgão, o valor foi desviado mediante a uma nota fiscal falsa sobre serviços médicos prestados em 2024. O empresário se apresentou à promotoria com o advogado, onde prestou depoimento e informou que o valor foi usado para quitar dívida com um agiota. A versão diverge da apuração do MP-SP, na qual Willian e a vice-prefeita e secretária de Saúde, Juliana Maria Teixeira da Costa, teriam usado o dinheiro para pagar uma mãe de santo por uma “amarração amorosa” entre ela e um servidor público casado. O promotor Renan Mendes Rodríguez, da comarca de Apiaí (SP), se manifestou sobre o depoimento: "Ainda que fosse verdadeira a alegação de William Felipe, de que solicitou adiantamento de valores ao município de Ribeira para pagar uma dívida com um agiota, tal fato também seria criminoso". ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Santos no WhatsApp. Rodríguez ressaltou que o Fundo Municipal de Saúde "não é banco nem instituição de crédito, de modo que o dinheiro nele depositado não pode ser utilizado para fins particulares". Denunciados Além de William e Juliana, também foi denunciado pelo MP-SP o coordenador municipal de Saúde e técnico de enfermagem, Lauro Olegário da Silva Filho. É esse o servidor para quem a vice-prefeita supostamente contratou a mãe de santo conhecida como Mentora Samantha (leia mais abaixo). O órgão apontou que, após Juliana assumir a Secretaria de Saúde, Lauro passou a receber pagamentos do município por meio de dispensas de licitação, acumulando diversas irregularidades. Desta forma, Juliana e William foram denunciados por associação criminosa, fraude à licitação, uso de documento falso, falsidade ideológica e peculato. Lauro, por sua vez, responde por associação criminosa, fraude à licitação e concurso material. Foi solicitada reparação dos danos no valor mínimo de R$ 41,2 mil, conforme o artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal (CPP). Em nota, o advogado de William afirmou que seu cliente demonstrou disposição em colaborar e esclarecer os fatos ao se apresentar à promotoria. Ele minimizou os vínculos com os outros denunciados, classificando-os como naturais em qualquer organização (leia mais abaixo). O g1 tentou contato com as defesas de Juliana e Lauro, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem. A Prefeitura de Ribeira e a Mentora Samantha também foram procuradas pelo g1, mas não responderam. Depoimento de William No documento encaminhado à Justiça, o MP-SP relatou que William prestou depoimento acompanhado do advogado, reconhecendo vínculos com os demais acusados, incluindo a atuação de Lauro na W.F. e sua relação com Juliana desde sua gestão dela na Saúde de Itapirapuã Paulista (SP). Segundo o promotor, William demonstrou inexperiência na execução dos contratos com a Prefeitura de Ribeira, revelando que era sua primeira atuação em plantões médicos. Antes, de acordo com o documento, prestava apenas serviços de socorrista para empresas privadas, sem ambulância própria, adquirida somente em 2022. Segundo a denúncia, William confessou ter usado R$ 41,2 mil em benefício próprio ao pagar um agiota, mas afirmou não ter registro das mensagens, comprovantes ou dados do credor. Defesa do empresário O advogado Yuri Amaral Nazareth, representante de William, afirmou que o cliente demonstrou compromisso com a verdade ao comparecer à promotoria. Quanto aos vínculos com Juliana e Lauro, ressaltou que se tratam de relações profissionais comuns ao funcionamento de qualquer organização, não devendo, portanto, ser interpretadas como indícios de irregularidades. "Quanto às alegações de desvio de recursos, é crucial enfatizar que William está comprometido em esclarecer essa situação completamente. A ausência de documentação mencionada pode ser atribuída a dificuldades circunstanciais, mas não necessariamente a intenções maliciosas", disse. Fraude em pregões Juliana Maria Teixeira da Costa, vice-prefeita de Ribeira (SP), foi denunciada por usar R$ 41,2 mil de verba pública para pagar 'casamento espiritual' Redes Sociais De acordo com o MP-SP, os denunciados teriam se associado para praticar crimes contra a administração pública, fraudando dois pregões com o objetivo de direcionar os contratos à empresa W.F., de propriedade de William Felipe da Silva. A denúncia aponta que Juliana, vice-prefeita, e Lauro participaram da prorrogação dos contratos oriundos dessas licitações fraudulentas, favorecendo diretamente a empresa contratada. Após Juliana assumir também o cargo de secretária de Saúde, Lauro passou a receber pagamentos do município por meio de dispensas de licitaçã


Vice-prefeita de Ribeira (SP) foi denunciada pelo MP por suposto repasse de R$ 41 mil para 'casamento espiritual' Redes Sociais William Felipe da Silva, dono da empresa W.F. Da Silva Treinamentos, que teve os contratos com a Prefeitura de Ribeira (SP) suspensos pela Justiça após denúncias de fraude, alegou ao Ministério Público (MP-SP) que usou R$ 41,2 mil dos cofres públicos para pagar um agiota — segundo o órgão, o valor foi desviado mediante a uma nota fiscal falsa sobre serviços médicos prestados em 2024. O empresário se apresentou à promotoria com o advogado, onde prestou depoimento e informou que o valor foi usado para quitar dívida com um agiota. A versão diverge da apuração do MP-SP, na qual Willian e a vice-prefeita e secretária de Saúde, Juliana Maria Teixeira da Costa, teriam usado o dinheiro para pagar uma mãe de santo por uma “amarração amorosa” entre ela e um servidor público casado. O promotor Renan Mendes Rodríguez, da comarca de Apiaí (SP), se manifestou sobre o depoimento: "Ainda que fosse verdadeira a alegação de William Felipe, de que solicitou adiantamento de valores ao município de Ribeira para pagar uma dívida com um agiota, tal fato também seria criminoso". ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Santos no WhatsApp. Rodríguez ressaltou que o Fundo Municipal de Saúde "não é banco nem instituição de crédito, de modo que o dinheiro nele depositado não pode ser utilizado para fins particulares". Denunciados Além de William e Juliana, também foi denunciado pelo MP-SP o coordenador municipal de Saúde e técnico de enfermagem, Lauro Olegário da Silva Filho. É esse o servidor para quem a vice-prefeita supostamente contratou a mãe de santo conhecida como Mentora Samantha (leia mais abaixo). O órgão apontou que, após Juliana assumir a Secretaria de Saúde, Lauro passou a receber pagamentos do município por meio de dispensas de licitação, acumulando diversas irregularidades. Desta forma, Juliana e William foram denunciados por associação criminosa, fraude à licitação, uso de documento falso, falsidade ideológica e peculato. Lauro, por sua vez, responde por associação criminosa, fraude à licitação e concurso material. Foi solicitada reparação dos danos no valor mínimo de R$ 41,2 mil, conforme o artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal (CPP). Em nota, o advogado de William afirmou que seu cliente demonstrou disposição em colaborar e esclarecer os fatos ao se apresentar à promotoria. Ele minimizou os vínculos com os outros denunciados, classificando-os como naturais em qualquer organização (leia mais abaixo). O g1 tentou contato com as defesas de Juliana e Lauro, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem. A Prefeitura de Ribeira e a Mentora Samantha também foram procuradas pelo g1, mas não responderam. Depoimento de William No documento encaminhado à Justiça, o MP-SP relatou que William prestou depoimento acompanhado do advogado, reconhecendo vínculos com os demais acusados, incluindo a atuação de Lauro na W.F. e sua relação com Juliana desde sua gestão dela na Saúde de Itapirapuã Paulista (SP). Segundo o promotor, William demonstrou inexperiência na execução dos contratos com a Prefeitura de Ribeira, revelando que era sua primeira atuação em plantões médicos. Antes, de acordo com o documento, prestava apenas serviços de socorrista para empresas privadas, sem ambulância própria, adquirida somente em 2022. Segundo a denúncia, William confessou ter usado R$ 41,2 mil em benefício próprio ao pagar um agiota, mas afirmou não ter registro das mensagens, comprovantes ou dados do credor. Defesa do empresário O advogado Yuri Amaral Nazareth, representante de William, afirmou que o cliente demonstrou compromisso com a verdade ao comparecer à promotoria. Quanto aos vínculos com Juliana e Lauro, ressaltou que se tratam de relações profissionais comuns ao funcionamento de qualquer organização, não devendo, portanto, ser interpretadas como indícios de irregularidades. "Quanto às alegações de desvio de recursos, é crucial enfatizar que William está comprometido em esclarecer essa situação completamente. A ausência de documentação mencionada pode ser atribuída a dificuldades circunstanciais, mas não necessariamente a intenções maliciosas", disse. Fraude em pregões Juliana Maria Teixeira da Costa, vice-prefeita de Ribeira (SP), foi denunciada por usar R$ 41,2 mil de verba pública para pagar 'casamento espiritual' Redes Sociais De acordo com o MP-SP, os denunciados teriam se associado para praticar crimes contra a administração pública, fraudando dois pregões com o objetivo de direcionar os contratos à empresa W.F., de propriedade de William Felipe da Silva. A denúncia aponta que Juliana, vice-prefeita, e Lauro participaram da prorrogação dos contratos oriundos dessas licitações fraudulentas, favorecendo diretamente a empresa contratada. Após Juliana assumir também o cargo de secretária de Saúde, Lauro passou a receber pagamentos do município por meio de dispensas de licitação, acumulando irregularidades, segundo o MP-SP. Entre elas, estão: ressarcimento de viagens não especificadas e prestação genérica de serviços em múltiplas áreas, como jardinagem, informática, gráfica, sublimação de camisetas e enfermagem. Casamento espiritual Segundo o MP-SP, William e a vice-prefeita Juliana teriam utilizado uma nota fiscal falsa para desviar R$ 41,2 mil do Fundo Municipal de Saúde, alegando a prestação de serviços médicos em período sem atividades da Estratégia da Família. O pagamento foi feito pela prefeitura apenas 12 minutos após a emissão da nota, e os recursos foram transferidos a um terceiro sem ligação com a saúde. A promotoria também investiga um suposto repasse do mesmo valor à chamada "Mentora Samantha", revelado por prints publicados nas redes sociais e denunciado por um vereador. Segundo a denúncia, Samantha confirmou ter sido contratada por Juliana para realizar um "casamento espiritual" com Lauro, com o objetivo de afastá-lo da atual esposa. O MP-SP afirmou que o uso de recursos públicos para contratar uma mãe de santo configura crime de peculato: “O dinheiro do Fundo Municipal de Saúde deve ser destinado exclusivamente à saúde pública”. Sobre Ribeira Vice-prefeita de Ribeira (SP) foi denunciado pelo MP por suposto repasse de R$ 41 mil para 'casamento espiritual' Redes Sociais Ribeira é o município com menor população do Vale do Ribeira, localizado no interior do estado de São Paulo. De acordo com o Censo 2022 do IBGE, possui 3.132 habitantes, sendo a maioria residente na zona rural. O acesso ao transporte público é limitado, o que impacta diretamente as rotinas e a economia local. A cidade faz divisa com Adrianópolis, no Paraná, por meio de uma ponte sobre o Rio Ribeira de Iguape. VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos