Lágrimas, lesão e redenção: Pedro Morisco simboliza volta do Coritiba à elite
O relógio marcava perto de 20h12 do dia 9 de março quando uma cena aumentou ainda mais a aflição do torcedor do Coritiba. Em meio à eliminação no Campeonato Paranaense, o Couto Pereira assistia ao goleiro Pedro Morisco cair no gramado com dores na mão após pular e dividir a bola nos pés do atacante […]
O relógio marcava perto de 20h12 do dia 9 de março quando uma cena aumentou ainda mais a aflição do torcedor do Coritiba. Em meio à eliminação no Campeonato Paranaense, o Couto Pereira assistia ao goleiro Pedro Morisco cair no gramado com dores na mão após pular e dividir a bola nos pés do atacante do Maringá, para evitar a derrota e defender a honra do clube. O camisa 1, que havia acabado de fazer duas defesas seguidas, deixou o campo chorando.
Naquele momento, o torcedor coxa-branca, que já convivia com a frustração das eliminações seguidas na Copa do Brasil e no estadual, via também sua cria do clube deixar o campo machucado. Parecia um presságio de mais uma temporada difícil.
No dia seguinte, porém, veio a promessa nas redes: “Eu vou voltar mais forte.” A frase curta soava como um recado para ele mesmo, mas, no fundo, também era para o próprio Coritiba. O time voltaria, ele também, e juntos, alguns meses depois, viveriam a temporada da redenção, com o acesso à Série A e o título da Série B, depois de 15 anos, com Morisco sendo protagonista e um dos líderes do elenco.
Tudo o que o goleiro viveu na tarde do último domingo (23), na vitória contra o Amazonas, quando vibrou com os amigos e companheiros de meta – Benassi, Pedro Rangel, Gabriel Leite e Thiago Mehl – poderia ter sido diferente. Ele poderia ter perdido espaço, ritmo e, talvez, o lugar na história. Mas isso não combinaria com a trajetória de Pedro Morisco. Porque a história dele sempre foi sobre trabalho e resiliência sob o gol do Coritiba.
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Pedro antes de Morisco
Voltemos um pouco no tempo. Antes de ser “Morisco”, o nome que hoje ecoa nas arquibancadas do Couto Pereira e um dos únicos cantados no jogo do acesso, ele era apenas Pedro. Ou “Pedrão”, como os amigos o chamavam no CT da Graciosa. Um menino da base, tranquilo, mas obsessivo por evolução, que carregava nos treinos a mesma vontade que hoje se vê nos grandes jogos.
Nos treinos do Coritiba em 2021, outro ano de acesso do Coritiba, era comum ver uma cena se repetir depois que todo o grupo deixava o gramado do CT da Graciosa: Gustavo Morínigo, então técnico da equipe, e o atacante Léo Gamalho ficavam chutando de fora da área, desafiando um goleiro novo, de 17 anos, extremamente concentrado, indicado pelo preparador de goleiros Fernando Corrêa. O nome dele? Pedro Morisco. O garoto que ainda esperava por uma chance no time principal encarava cada bola como se fosse final de campeonato. Aliás, na vida dele sempre foi assim.
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“Ele esperava o fim do treino para continuar”, lembra Morínigo. “Eu e o Léo chutávamos várias, e ele pegava, se destacava. Apesar de muito novo, já era um dos melhores nesse fundamento”, destaca o treinador, hoje sem clube.
Primeiro treino chamou a atenção de um ídolo

O primeiro treino de Pedro Morisco com os profissionais também chamou a atenção de todos os presentes. Ele ainda estava no sub-17, mas já demonstrava técnica e tranquilidade raras para a idade. O goleiro Wilson, ídolo alviverde e terceiro goleiro com mais jogos pelo Coritiba, jamais esqueceu aquele primeiro contato.
“Me chamou atenção o primeiro treino dele com a gente, principalmente a parte técnica. Movimentação, posicionamento, gesto técnico… tudo muito acima da média. Depois do treino, comentei com os preparadores de goleiros na época, que o Morisco era o goleiro mais técnico que eu tinha visto na base até aquele momento.”
O goleiro Diego Monteiro, ex-companheiro de Morisco no Coxa, também lembra bem daquele início e contou que Morisco não sentiu a diferença de treinar com o grupo principal.
“Desde o primeiro treino no profissional, ele já passava segurança. Tecnicamente era muito bom, muito tranquilo, mas demonstrava muita confiança”, frisa.
Trabalho e liderança desde sempre
A combinação de talento e seriedade rapidamente virou marca registrada, destacada pelos companheiros. O goleiro sempre foi elogiado pelo profissionalismo, desde cedo.
“O sobrenome dele é trabalho,” define Henrique Melo, companheiro de base por três anos. “Era um dos primeiros a chegar, o primeiro a ir para o campo, e puxava os outros. Mesmo quando a gente estava morto depois do treino, ele queria dar mais uma volta, fazer algo a mais. Parecia que não cansava.”
Mas o esforço nunca veio acompanhado de arrogância. Pelo contrário: Morisco sempre foi um ponto de união, destacado por isso.
“Quando cheguei no clube, ele me acolheu. Me ajudou a me adaptar. Ele queria crescer, mas fazia questão de que a gente crescesse junto”, completa Henrique. 
Lapidação e coroação com o título
Promovido ao elenco profissional em 2023, Morisco passou por um período importante de amadurecimento no sub-20. Foi na temporada seguinte, após uma Copinha de destaque com lances e defesas de pênaltis, o arqueiro se firmou de vez na meta alviverde.
“Ele tem muita personalidade. Segurança de si. Quando firmou no gol, não deu brecha para mais ninguém,” recorda Lucas Drubscky, então head esportivo do clube.
O susto no início de 2025, a lesão, as lágrimas e o medo de perder espaço ficaram para trás. O que veio depois foi uma temporada que transformou Pedro Morisco de promessa em referência nacional. Aos 21 anos, ele soma 90 partidas pelo Coritiba, número raro para alguém tão jovem em sua posição.
A campanha do acesso recolocou o clube na Série A, mas também lapidou o camisa 1 diante do país. Morisco terminou a Série B como o goleiro com mais jogos sem sofrer gols na temporada: 17, além de figurar no top-10 de maiores sequências sem ser vazado na história do Coritiba, marcas que ele prefere dividir com todo o grupo.
No CT da Graciosa, Pedro segue como sempre: chega primeiro, sai depois, cumprimenta todos e não se deslumbra. Talvez porque, para ele, nada veio de repente. Tudo é fruto de acúmulo, repetição e insistência. Ao desembarcar no Aeroporto Afonso Pena com a taça, o goleiro resumiu em poucas palavras a sensação de ser campeão.
“Sensação de gratidão e dever cumprido. Ser campeão não é fácil,” disse Morisco.
E não foi mesmo. Mas ele tornou o improvável inesquecível.
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