Morador faz placa para chamar a atenção para cruzamento com histórico de acidentes, em Goiânia: 'A 300 metros da morte'
Morador de Goiânia instala placas alertando para acidentes: 'a 300 metros da morte' Quem passa pela Avenida Rezende, no bairro São Francisco, em Goiânia, se depara com uma sinalização que reflete a iniciativa de um cidadão incomodado com a ausência de solução pelo poder público para um problema antigo. Com o desenho de uma caveira, uma placa informa aos motoristas: "Estamos a 300 metros da morte. Esquina perigosa". A esquina à qual o letreiro se refere é o cruzamento da via com a rua Itararé, onde dois servidores da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) morreram, no dia 1° de dezembro, depois de a moto em que estavam ter batido contra um carro que descia a avenida, no sentido Setor Campinas. Segundo os moradores do bairro, de lá pra cá, mais dois acidentes aconteceram no local, deixando feridos. Do mais recente, há pouco mais de uma semana, ainda permanece na calçada um pedaço do para-lama de um dos veículos envolvidos. ✅ Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp Além da placa instalada a cerca de 300 metros, no próprio local há outra, onde se lia, na terça-feira (30), "Estamos há dez dias sem acidentes. Sorria. O seu acidente está sendo filmado". O número é atualizado diariamente pelo morador e comerciante Belmiro Júnior, de 36 anos, responsável pelas duas placas. Cansado de ver tantas colisões no local, que fica bem próximo à sua loja, ele tirou R$ 270 do próprio bolso para mandar produzi-las e instalá-las. Placas instaladas pelo comerciante para alertar motoristas custaram R$ 270 Rafaella Barros/ g1 Segundo Belmiro, que trabalha no local há onze anos, em uma loja de conexões e mangueiras hidráulicas, as colisões se tornaram mais frequentes desde 2022. "Já tem alguns anos que a gente pede essa intervenção da prefeitura nessa esquina porque é um problema crônico dela", contou. LEIA TAMBÉM Dois servidores da Comurg morrem após baterem moto em carro, em Goiânia Jovem morre atropelado enquanto ia buscar combustível para o carro, em Goiânia Advogada e servidor público morrem em acidente na GO-147 O goiano afirma que o objetivo da iniciativa é alertar tanto a população que passa nas duas vias quanto o prefeito Sandro Mabel. "Eu entendi que a gente poderia colocar as placas para justamente chamar a atenção do prefeito, que já foi industriário. Ele é um cara que entende de processos (administrativos) e de segurança do trabalho", disse Belmiro, referindo-se ao fato de que o bairro tem grande fluxo de trabalhadores da área industrial. De acordo com Belmiro, o primeiro acidente após a morte dos servidores da Comurg deixou um motociclista ferido. No segundo, que envolveu dois carros, não houve feridos, o que foi confirmado por outro comerciante à reportagem. Escola infantil em frente Um dos maiores temores de quem convive com o histórico de acidentes é o fato de uma escola particular de educação infantil estar localizada exatamente na esquina. "Como cidadão, levando em consideração que temos uma escola de crianças pequenas, com uma rotina intensa, a gente se sente frustrado por não ter apoio da prefeitura, da gestão pública", disse Belmiro. Procurada pelo g1, a Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito (SET) informou, em nota, que a sinalização horizontal do cruzamento da Avenida Rezende com a rua Itararé foi feita no dia 2 de dezembro (ou seja, no dia seguinte ao da morte dos trabalhadores da Comurg). De acordo com a pasta, a região havia passado por serviços de recapeamento e estava incluída no cronograma de sinalização viária, "respeitando o tempo de cura do asfalto". Como os acidentes continuam mesmo após a sinalização de "Pare" na esquina, a SET disse que o local continua sob análise técnica e "definição das medidas mais adequadas para reforço da segurança viária".

Morador de Goiânia instala placas alertando para acidentes: 'a 300 metros da morte' Quem passa pela Avenida Rezende, no bairro São Francisco, em Goiânia, se depara com uma sinalização que reflete a iniciativa de um cidadão incomodado com a ausência de solução pelo poder público para um problema antigo. Com o desenho de uma caveira, uma placa informa aos motoristas: "Estamos a 300 metros da morte. Esquina perigosa". A esquina à qual o letreiro se refere é o cruzamento da via com a rua Itararé, onde dois servidores da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) morreram, no dia 1° de dezembro, depois de a moto em que estavam ter batido contra um carro que descia a avenida, no sentido Setor Campinas. Segundo os moradores do bairro, de lá pra cá, mais dois acidentes aconteceram no local, deixando feridos. Do mais recente, há pouco mais de uma semana, ainda permanece na calçada um pedaço do para-lama de um dos veículos envolvidos. ✅ Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp Além da placa instalada a cerca de 300 metros, no próprio local há outra, onde se lia, na terça-feira (30), "Estamos há dez dias sem acidentes. Sorria. O seu acidente está sendo filmado". O número é atualizado diariamente pelo morador e comerciante Belmiro Júnior, de 36 anos, responsável pelas duas placas. Cansado de ver tantas colisões no local, que fica bem próximo à sua loja, ele tirou R$ 270 do próprio bolso para mandar produzi-las e instalá-las. Placas instaladas pelo comerciante para alertar motoristas custaram R$ 270 Rafaella Barros/ g1 Segundo Belmiro, que trabalha no local há onze anos, em uma loja de conexões e mangueiras hidráulicas, as colisões se tornaram mais frequentes desde 2022. "Já tem alguns anos que a gente pede essa intervenção da prefeitura nessa esquina porque é um problema crônico dela", contou. LEIA TAMBÉM Dois servidores da Comurg morrem após baterem moto em carro, em Goiânia Jovem morre atropelado enquanto ia buscar combustível para o carro, em Goiânia Advogada e servidor público morrem em acidente na GO-147 O goiano afirma que o objetivo da iniciativa é alertar tanto a população que passa nas duas vias quanto o prefeito Sandro Mabel. "Eu entendi que a gente poderia colocar as placas para justamente chamar a atenção do prefeito, que já foi industriário. Ele é um cara que entende de processos (administrativos) e de segurança do trabalho", disse Belmiro, referindo-se ao fato de que o bairro tem grande fluxo de trabalhadores da área industrial. De acordo com Belmiro, o primeiro acidente após a morte dos servidores da Comurg deixou um motociclista ferido. No segundo, que envolveu dois carros, não houve feridos, o que foi confirmado por outro comerciante à reportagem. Escola infantil em frente Um dos maiores temores de quem convive com o histórico de acidentes é o fato de uma escola particular de educação infantil estar localizada exatamente na esquina. "Como cidadão, levando em consideração que temos uma escola de crianças pequenas, com uma rotina intensa, a gente se sente frustrado por não ter apoio da prefeitura, da gestão pública", disse Belmiro. Procurada pelo g1, a Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito (SET) informou, em nota, que a sinalização horizontal do cruzamento da Avenida Rezende com a rua Itararé foi feita no dia 2 de dezembro (ou seja, no dia seguinte ao da morte dos trabalhadores da Comurg). De acordo com a pasta, a região havia passado por serviços de recapeamento e estava incluída no cronograma de sinalização viária, "respeitando o tempo de cura do asfalto". Como os acidentes continuam mesmo após a sinalização de "Pare" na esquina, a SET disse que o local continua sob análise técnica e "definição das medidas mais adequadas para reforço da segurança viária".

