O que são microdramas? E como as novelinhas verticais devem causar uma reviravolta no mercado

Conheça o melodrama de Kwai Um capítulo de uma novela pode caber em dois minutos? Nos microdramas, sim. Com alguns minutos de duração, esse formato tem como principal característica a agilidade na narrativa. Pensado para o consumo em celulares, ele vem ganhando popularidade. Nesta semana, a Globo anunciou que está investindo nesse tipo de conteúdo, com o primeiro lançamento intitulado "Tudo Por uma Segunda Chance". O que são microdramas? Também conhecidos como duanju, o formato surgiu na China, por volta de 2018, logo depois do lançamento do TikTok. Os vídeos são sempre gravados na vertical, uma estratégia que facilita o consumo rápido pelo celular. As séries produzidas neste formato apresentam uma estrutura parecida com a tradicional, divididos em episódios e agrupados em temporadas. Mas o grande diferencial desse formato está na duração dos episódios, que podem ter até três minutos. A plataforma Quibi até tentou investir em conteúdo com uma duração maior (10 minutos), mas não obteve sucesso. Pouco tempo, muita emoção Por conta do tempo, o ritmo precisa ser acelerado e bem dinâmico para prender o público. Sabe aquela cena final com uma revelação inesperada ou uma decisão crucial? Os microdramas abusam desse recurso narrativo. Os temas das narrativas são variados, mas predominam as histórias de superação, recheadas de segredos revelados e o clássico clichê do amor impossível. "The Double Life of My Billionaire Husband" teve uma versão brasileira com Jessika Alves Divulgação Um dos maiores exemplos dessa mistura é a série “A Vida Dupla do Meu Marido Multimilionário”. A trama acompanha uma jovem endividada que aceita se casar com um homem de reputação duvidosa para salvar a mãe, mas acaba descobrindo que ele esconde uma vida secreta como bilionário. Segunda a revista “Time”, a série da plataforma ReelShort alcançou mais de 400 milhões de visualizações. Tanto sucesso que ganhou uma adaptação brasileira estrelada pela atriz Jessika Alves. E o público brasileiro? Em 2022, os brasileiros começaram a experimentar esse tipo de conteúdo em vídeos curtos, que faziam sucesso no Kwai e depois ganharam espaço em redes como TikTok e X. Para estimular a produção de conteúdo, a empresa chinesa lançou um projeto de parceira com pessoas comuns. "Nos países de língua hispânica da América Latina foi lançado em 2021 o projeto TeleKwai, em parceria com pequenos e médios produtores de conteúdo audiovisual da região, para incentivar a produção roteirizada de histórias, sequenciais ou não, em um novo formato de dramas curtos", disse a empresa. Um dos nomes que se destacou foi o de Markelly Oliveira, ex-bailarina do Faustão. Convidada pela plataforma para criar as novelinhas, ela ganhou o apelido de “Rainha do Kwai” e reúne hoje mais de 13 milhões de seguidores na rede social chinesa. Os microdramas da Globo Mioto estreia como ator no microdrama 'Cinderela e o Segredo do Pobre Milionário' Agnews/Reprodução/Instagram Seguindo a tendência internacional, a Globo anunciou investimentos no formato de microdramas, apostando em uma experiência multiplataforma. O primeiro projeto, “Tudo Por uma Segunda Chance”, produzido pelos Estúdios Globo, tem roteiro de Rodrigo Lassance e direção de Adriano Melo. A proposta é integrar a publicação dos episódios às redes sociais e à novela das sete, “Dona de Mim”. Na trama, personagens acompanham o microdrama dentro da narrativa da novela, enquanto o público pode assistir aos episódios diretamente pelas redes sociais. “Cinderela e o Segredo do Pobre Milionário” vai marcar a estreia de Gustavo Mioto como ator. Com previsão de estreia para dezembro, no Globoplay, Mioto será Diego, um misterioso milionário que finge ser músico e pobre para conquistar Cindy (Maya Aniceto), uma talentosa cantora e mãe solo. “O Globoplay reafirma seu papel como a casa das novelas e séries brasileiras no streaming. Agora, dá um passo além com os microdramas: histórias curtas, verticais e dinâmicas, que unem inovação de formato à toda expertise e qualidade da nossa dramaturgia”, disse Julia Rueff, diretora do Globoplay.

Out 4, 2025 - 04:30
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O que são microdramas? E como as novelinhas verticais devem causar uma reviravolta no mercado

Conheça o melodrama de Kwai Um capítulo de uma novela pode caber em dois minutos? Nos microdramas, sim. Com alguns minutos de duração, esse formato tem como principal característica a agilidade na narrativa. Pensado para o consumo em celulares, ele vem ganhando popularidade. Nesta semana, a Globo anunciou que está investindo nesse tipo de conteúdo, com o primeiro lançamento intitulado "Tudo Por uma Segunda Chance". O que são microdramas? Também conhecidos como duanju, o formato surgiu na China, por volta de 2018, logo depois do lançamento do TikTok. Os vídeos são sempre gravados na vertical, uma estratégia que facilita o consumo rápido pelo celular. As séries produzidas neste formato apresentam uma estrutura parecida com a tradicional, divididos em episódios e agrupados em temporadas. Mas o grande diferencial desse formato está na duração dos episódios, que podem ter até três minutos. A plataforma Quibi até tentou investir em conteúdo com uma duração maior (10 minutos), mas não obteve sucesso. Pouco tempo, muita emoção Por conta do tempo, o ritmo precisa ser acelerado e bem dinâmico para prender o público. Sabe aquela cena final com uma revelação inesperada ou uma decisão crucial? Os microdramas abusam desse recurso narrativo. Os temas das narrativas são variados, mas predominam as histórias de superação, recheadas de segredos revelados e o clássico clichê do amor impossível. "The Double Life of My Billionaire Husband" teve uma versão brasileira com Jessika Alves Divulgação Um dos maiores exemplos dessa mistura é a série “A Vida Dupla do Meu Marido Multimilionário”. A trama acompanha uma jovem endividada que aceita se casar com um homem de reputação duvidosa para salvar a mãe, mas acaba descobrindo que ele esconde uma vida secreta como bilionário. Segunda a revista “Time”, a série da plataforma ReelShort alcançou mais de 400 milhões de visualizações. Tanto sucesso que ganhou uma adaptação brasileira estrelada pela atriz Jessika Alves. E o público brasileiro? Em 2022, os brasileiros começaram a experimentar esse tipo de conteúdo em vídeos curtos, que faziam sucesso no Kwai e depois ganharam espaço em redes como TikTok e X. Para estimular a produção de conteúdo, a empresa chinesa lançou um projeto de parceira com pessoas comuns. "Nos países de língua hispânica da América Latina foi lançado em 2021 o projeto TeleKwai, em parceria com pequenos e médios produtores de conteúdo audiovisual da região, para incentivar a produção roteirizada de histórias, sequenciais ou não, em um novo formato de dramas curtos", disse a empresa. Um dos nomes que se destacou foi o de Markelly Oliveira, ex-bailarina do Faustão. Convidada pela plataforma para criar as novelinhas, ela ganhou o apelido de “Rainha do Kwai” e reúne hoje mais de 13 milhões de seguidores na rede social chinesa. Os microdramas da Globo Mioto estreia como ator no microdrama 'Cinderela e o Segredo do Pobre Milionário' Agnews/Reprodução/Instagram Seguindo a tendência internacional, a Globo anunciou investimentos no formato de microdramas, apostando em uma experiência multiplataforma. O primeiro projeto, “Tudo Por uma Segunda Chance”, produzido pelos Estúdios Globo, tem roteiro de Rodrigo Lassance e direção de Adriano Melo. A proposta é integrar a publicação dos episódios às redes sociais e à novela das sete, “Dona de Mim”. Na trama, personagens acompanham o microdrama dentro da narrativa da novela, enquanto o público pode assistir aos episódios diretamente pelas redes sociais. “Cinderela e o Segredo do Pobre Milionário” vai marcar a estreia de Gustavo Mioto como ator. Com previsão de estreia para dezembro, no Globoplay, Mioto será Diego, um misterioso milionário que finge ser músico e pobre para conquistar Cindy (Maya Aniceto), uma talentosa cantora e mãe solo. “O Globoplay reafirma seu papel como a casa das novelas e séries brasileiras no streaming. Agora, dá um passo além com os microdramas: histórias curtas, verticais e dinâmicas, que unem inovação de formato à toda expertise e qualidade da nossa dramaturgia”, disse Julia Rueff, diretora do Globoplay.