Prefeito de São Bernardo do Campo alvo da PF tem 1° dia oficial de trabalho após ser reconduzido ao cargo pelo STJ

Marcelo Lima (Podemos) volta à Prefeitura de São Bernardo é recebido pela vice, Jéssica Cormick (Avante). Reprodução/TV Globo Reconduzido ao cargo pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), depois de quase dois meses de afastamento judicial, o prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima (Podemos), tem nesta segunda-feira (13) o primeiro dia oficial de trabalho. Segundo a Prefeitura de São Bernardo, ele terá apenas agendas internas. Lima volta a despachar na véspera do aniversário de dois meses da Operação Estafeta, da Polícia Federal, que aconteceu em 14 de agosto. ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp A investigação dos federais apontou que ele era o principal beneficiado de um esquema de corrução que desviava recursos de contratos de empresas com o município para benefício pessoal do prefeito. O esquema era comandado pelo ex-servidor da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Paulo Iran, que ainda está foragido. Na casa de Iran, a Polícia Federal encontrou quase R$ 14 milhões em dinheiro vivo e várias anotações com o nome dos beneficiários do esquema. Na época da operação, o Tribunal de Justiça de SP (TJ-SP) determinou que Lima ficasse um ano afastado do cargo de prefeito, impondo, inclusive, o uso de tornozeleira eletrônica ao mandatário da cidade. Paulo Iran Paulino Costa é acusado pela PF de ser operador do esquema de corrupção que afastou o prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima (Podemos), do cargo no mês passado. Montagem/g1/Reprodução/TV Globo/Câmara dos Deputados Ele ficou quase dois meses afastado da prefeitura, mas na última sexta-feira (10) foi favorecido por uma decisão do ministro Reynaldo Soares da Fonseca, do STJ, que considerou o afastamento de um ano imposto pelo Tribunal de Justiça de São Paulo “desproporcional” e que “não impõe mais risco para as investigações em andamento”. Ao determinar a volta de Marcelo Lima para o cargo, o ministro considerou um parecer da procuradoria federal Lindôra Maria de Araújo, que disse que “a gravidade abstrata dos fatos pretéritos não é suficiente para sustentar uma restrição que, de forma prolongada, substitui a vontade do eleitorado e vulnera o princípio democrático”. “A ausência de elementos contemporâneos que demonstrem o perigo da permanência do Paciente no cargo impõe, por corolário da proporcionalidade, a imediata revogação desta medida”, disse Lindôra de Araújo. Marcelo Lima (Podemos) volta ao cargo depois de uma decisão do ministro Reynaldo Soares da Fonseca, do STJ, e do parecer na procuradora da República, Lindôra de Araújo. Montagem/g1/Reprodução/CNJ e STJ. A decisão atendeu a um pedido de habeas corpus da defesa do prefeito. Nela, o ministro Soares da Fonseca afirmou que manter Lima fora do cargo por um ano “criou uma espécie de cassação judicial temporária do mandato eletivo”, sem condenação e sem base legal. "A medida já não se mostra necessária nem proporcional, diante do esgotamento das diligências investigativas, da ausência de risco concreto à instrução processual e da vigência de outras cautelares menos gravosas, plenamente aptas a assegurar a regularidade do processo penal", disse o ministro. O Ministério Público de SP (MP-SP) informou que analisa a possibilidade de recurso contra a decisão do STJ. Marcelo Lima (Podemos) voltou ao cargo de prefeito de São Bernardo do Campo na sexta-feira (10), após decisão do STJ. Ele foi recebido pela vice de chapa, Jéssica Cormick (Avante). Reprodução/TV Globo Marcelo Lima retornou à Prefeitura de São Bernardo na noite de sexta-feira (10) e foi recebido pela vice-prefeita que estava em exercício, Jessica Cormick (Avante). A auditoria nos contratos determinada e prometida pela até então prefeita em exercício ainda está em fase de finalização. A decisão desta sexta (10) não se estende ao primo do prefeito e vereador Danilo Lima Ramos (Podemos), que segue afastado do cargo de presidente da Câmara Municipal de São Bernardo. O esquema em São Bernardo O prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima, e o presidente da Câmara da cidade, Danilo Lima: primos afastados do cargo pela Justiça. Reprodução/Instagram O prefeito de São Bernardo do Campo foi afastado do cargo por um ano após a Operação Estafeta, da Polícia Federal, em 14 de agosto, que investiga um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na prefeitura. Um empresário e um servidor foram presos na época. Eles já foram soltos. A investigação começou após a polícia encontrar no mês passado cerca de R$ 14 milhões (considerando uma parte em dólar) com o servidor Paulo Iran, apontado como o operador financeiro do prefeito. Segundo a PF, há indícios de corrupção e pagamento de propina em contratos com empresas nas áreas de obras, saúde e manutenção. Cerca de R$ 1,9 milhão em dinheiro vivo foi apreendido. Prefeito de São Bernardo é afastado do cargo após operação da PF sobre esquema de corrupçã A polícia chegou a requerer a prisão de Lima, mas a Justiça negou o pedido. No entanto, determinou o afastamento dele do car

Out 13, 2025 - 09:00
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Prefeito de São Bernardo do Campo alvo da PF tem 1° dia oficial de trabalho após ser reconduzido ao cargo pelo STJ

Marcelo Lima (Podemos) volta à Prefeitura de São Bernardo é recebido pela vice, Jéssica Cormick (Avante). Reprodução/TV Globo Reconduzido ao cargo pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), depois de quase dois meses de afastamento judicial, o prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima (Podemos), tem nesta segunda-feira (13) o primeiro dia oficial de trabalho. Segundo a Prefeitura de São Bernardo, ele terá apenas agendas internas. Lima volta a despachar na véspera do aniversário de dois meses da Operação Estafeta, da Polícia Federal, que aconteceu em 14 de agosto. ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp A investigação dos federais apontou que ele era o principal beneficiado de um esquema de corrução que desviava recursos de contratos de empresas com o município para benefício pessoal do prefeito. O esquema era comandado pelo ex-servidor da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Paulo Iran, que ainda está foragido. Na casa de Iran, a Polícia Federal encontrou quase R$ 14 milhões em dinheiro vivo e várias anotações com o nome dos beneficiários do esquema. Na época da operação, o Tribunal de Justiça de SP (TJ-SP) determinou que Lima ficasse um ano afastado do cargo de prefeito, impondo, inclusive, o uso de tornozeleira eletrônica ao mandatário da cidade. Paulo Iran Paulino Costa é acusado pela PF de ser operador do esquema de corrupção que afastou o prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima (Podemos), do cargo no mês passado. Montagem/g1/Reprodução/TV Globo/Câmara dos Deputados Ele ficou quase dois meses afastado da prefeitura, mas na última sexta-feira (10) foi favorecido por uma decisão do ministro Reynaldo Soares da Fonseca, do STJ, que considerou o afastamento de um ano imposto pelo Tribunal de Justiça de São Paulo “desproporcional” e que “não impõe mais risco para as investigações em andamento”. Ao determinar a volta de Marcelo Lima para o cargo, o ministro considerou um parecer da procuradoria federal Lindôra Maria de Araújo, que disse que “a gravidade abstrata dos fatos pretéritos não é suficiente para sustentar uma restrição que, de forma prolongada, substitui a vontade do eleitorado e vulnera o princípio democrático”. “A ausência de elementos contemporâneos que demonstrem o perigo da permanência do Paciente no cargo impõe, por corolário da proporcionalidade, a imediata revogação desta medida”, disse Lindôra de Araújo. Marcelo Lima (Podemos) volta ao cargo depois de uma decisão do ministro Reynaldo Soares da Fonseca, do STJ, e do parecer na procuradora da República, Lindôra de Araújo. Montagem/g1/Reprodução/CNJ e STJ. A decisão atendeu a um pedido de habeas corpus da defesa do prefeito. Nela, o ministro Soares da Fonseca afirmou que manter Lima fora do cargo por um ano “criou uma espécie de cassação judicial temporária do mandato eletivo”, sem condenação e sem base legal. "A medida já não se mostra necessária nem proporcional, diante do esgotamento das diligências investigativas, da ausência de risco concreto à instrução processual e da vigência de outras cautelares menos gravosas, plenamente aptas a assegurar a regularidade do processo penal", disse o ministro. O Ministério Público de SP (MP-SP) informou que analisa a possibilidade de recurso contra a decisão do STJ. Marcelo Lima (Podemos) voltou ao cargo de prefeito de São Bernardo do Campo na sexta-feira (10), após decisão do STJ. Ele foi recebido pela vice de chapa, Jéssica Cormick (Avante). Reprodução/TV Globo Marcelo Lima retornou à Prefeitura de São Bernardo na noite de sexta-feira (10) e foi recebido pela vice-prefeita que estava em exercício, Jessica Cormick (Avante). A auditoria nos contratos determinada e prometida pela até então prefeita em exercício ainda está em fase de finalização. A decisão desta sexta (10) não se estende ao primo do prefeito e vereador Danilo Lima Ramos (Podemos), que segue afastado do cargo de presidente da Câmara Municipal de São Bernardo. O esquema em São Bernardo O prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima, e o presidente da Câmara da cidade, Danilo Lima: primos afastados do cargo pela Justiça. Reprodução/Instagram O prefeito de São Bernardo do Campo foi afastado do cargo por um ano após a Operação Estafeta, da Polícia Federal, em 14 de agosto, que investiga um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na prefeitura. Um empresário e um servidor foram presos na época. Eles já foram soltos. A investigação começou após a polícia encontrar no mês passado cerca de R$ 14 milhões (considerando uma parte em dólar) com o servidor Paulo Iran, apontado como o operador financeiro do prefeito. Segundo a PF, há indícios de corrupção e pagamento de propina em contratos com empresas nas áreas de obras, saúde e manutenção. Cerca de R$ 1,9 milhão em dinheiro vivo foi apreendido. Prefeito de São Bernardo é afastado do cargo após operação da PF sobre esquema de corrupçã A polícia chegou a requerer a prisão de Lima, mas a Justiça negou o pedido. No entanto, determinou o afastamento dele do cargo e o uso de tornozeleira eletrônica, que foi colocada logo após as buscas na casa dele. Ele também foi proibido de sair de casa à noite e nos finais de semanas, de ter contato com os demais investigados e de sair da cidade sem autorização judicial. A tornozeleira eletrônica foi removida em 16 de setembro, em decisão do próprio desembargador que mandou colocar o acessório do prefeito afastado. Com o afastamento do prefeito, quem assumiu o comando da cidade é a vice-prefeita, Jessica Cormick, do Avante. Aos 38 anos, ela é sargento da Polícia Militar e está no seu primeiro cargo público eletivo. LEIA TAMBÉM: Quem é a vice-prefeita que assume o comando de São Bernardo após afastamento do prefeito Apreensão de R$ 14 milhões Dinheiro apreendido pela PF nesta quinta-feira (14), em endereços ligados a empresários e servidores que participavam do esquema de corrupção em São Bernardo do Campo (SP). Montagem/g1/Reprodução/TV Globo De acordo com a PF, a investigação começou no mês anterior à operação, a partir da apreensão de quase R$ 13 milhões e US$ 157 mil em espécie - totalizando os cerca de R$ 14 milhões - na casa de Paulo Iran. O dinheiro foi encontrado por acaso: a PF estava num prédio no dia 7 de julho para prender outro alvo e abordou o servidor, que se chama Paulo Iran e é auxiliar legislativo da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Os policiais e encontraram R$ 583.300,00 no carro dele. Depois, numa sala no mesmo prédio, apreenderam R$ 12.278.920,00 e US$ 156.964,00. A reportagem tenta localizar a defesa dele. Na época, ele não chegou a ser preso, mas os agentes se debruçaram na análise do celular dele e descobriram uma relação muito próxima e direta com o prefeito da cidade. Segundo a polícia, o servidor pagava contas do prefeito, da esposa e da filha dele. Dinheiro apreendido pela Polícia Federal com servidor da Alesp no dia 7 de julho Divulgação/PF