TH pagou X e cobrou 10 vezes mais do tráfico por antidrones, com lucro de R$ 3 milhões, diz PF

TH Joias lucrou com venda para criminosos, diz investigação O ex-deputado Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Jóias é suspeito, segundo a Polícia Federal, de vender equipamentos a traficantes para derrubar drones da polícia. As investigações da PF mostram que TH oferecia aparelhos a diferentes facções por preços bem acima do que os adquiria. Um superfaturamento que, pelos cálculos, chegava a R$ 3 milhões. "Comprador, vendedor de armas e drogas. De drone, contrabando, ganhava dinheiro com isso em cima dos chefes do tráfico que achavam que o valor era X e, na verdade, era 10 vezes mais que ele cobrava", afirmou o superintendente da PF, no Rio, o delegado Fábio Galvão. A investigação da PF aponta que TH Jóias, preso nesta quarta-feira (3) contrabandeou, pelo menos, 10 equipamentos antidrone usados por criminosos para atrapalhar operações policiais. Os documentos mostram que o ex-parlamentar comprou os produtos com um fornecedor chinês, entre junho de 2024 e março de 2025. Nesse período, TH já ocupava um lugar como deputado estadual na Assembleia Legislativa (Alerj). Entre os aparelhos estão: 1 Bloqueador de sinal do tipo "mochila"; 2 Detectores de drone; 7 Bazucas antidrone O valor da compra, de acordo com a investigação, foi de cerca de R$ 155 mil na cotação atual do dólar. As informações obtidas pela PF mostram que o ex-deputado superfaturou os equipamentos ao vender para os criminosos das duas facções. No mesmo período, o então deputado, participava da entrega de 214 novas viaturas para que os policiais combatessem o crime. Na decisão do desembargador Macário Ramos Júdice Neto, o político ofereceu cada um dos 10 aparelhos por R$ 300 mil ao traficantes Gabriel Dias de Oliveira, conhecido como Índio, e ao chefe do Comando Vermelho, Luciano Martiniano, o Pezão. Em um dos casos analisados pelos investigadores, o chefe do tráfico de drogas da Maré, Thiago da Silva Forly, conhecido também como TH relata que pagou mais de R$ 200 mil em um equipamento. TH Jóias na época da sua prisão, em 2017; PMs estão sendo investigados por fazer a segurança dele Reprodução Segundo as investigações, os produtos eram comprados por TH Jóias e depois oferecidos para as três facções do tráfico que disputam territórios no Rio de Janeiro. Os documentos mostram que o ex-parlamentar comprou os produtos com um fornecedor chinês, entre junho de 2024 e março de 2025. Nesse período, TH já ocupava um lugar como deputado estadual na Assembleia Legislativa (Alerj). Delegado federal pediu cargo na Alerj De acordo com as investigações, o delegado federal Gustavo Stteel, também preso, fazia o mesmo jogo duplo. A Polícia Federal enviou para a Justiça informações que provam que o delegado Gustavo Stteel fez levantamento detalhado de dados pessoais, imagens e informações funcionais de um delegado federal responsável pelas investigações para repassar aos traficantes. Ao mesmo tempo, pedia a Luiz Eduardo Cunha, o Dudu, assessor de TH Jóias, um cargo na Assembleia Legislativa. Lotado no Aeroporto Internacional do Galeão, Stteel falava a Dudu sobre a rotina nos plantões da PF no local relatando sobre a apreensão de drogas ou de medicamentos. Delegado federal Gustavo Stteel Reprodução A Polícia Federal pediu a transferência de Stteel para um presídio federal. O TRF, da 2ª Região, negou o pedido e determinou a perda do cargo. Gustavo Stteel está preso no Constantino Kokotós, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, unidade prisional destinada a policiais e ex-policiais. Os advogados de TH Jóias enviou nota: "A defesa do deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva considera absurdas as acusações que vêm sendo reiteradas contra ele. Trata-se de uma repetição de fatos já explorados anteriormente, em claro movimento de perseguição política a um representante legítimo do povo do Rio de Janeiro. Até o presente momento, a defesa não teve acesso integral aos autos, o que evidencia a violação do direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa. Reafirmamos nosso compromisso em esclarecer todos os pontos e demonstrar a total inocência do deputado". Já a defesa de Gustavo Stteel informou em nota: "A defesa do Delegado de Polícia Federal Gustavo Stteel vem a público esclarecer que seu constituinte é inocente das acusações que lhe foram atribuídas, o que será demonstrado no curso do processo que, confia a defesa, respeitará o devido processo legal, especialmente, as garantias constitucionais. Gustavo Stteel construiu sua trajetória profissional com base em princípios de ética, retidão e exemplaridade, atributos que sempre marcaram sua exímia atuação profissional, amplamente reconhecidos durante sua longa carreira na Polícia Federal. Sua trajetória demonstra comprometimento com a legalidade, a probidade e a defesa da sociedade. Destacamos que o decreto de prisão preventiva, no que se refere especificamente ao nosso constituinte, não se baseia em provas concretas, mas sim em meras suposições e conjecturas, cuja incorreção será

Set 5, 2025 - 01:30
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TH pagou X e cobrou 10 vezes mais do tráfico por antidrones, com lucro de R$ 3 milhões, diz PF

TH Joias lucrou com venda para criminosos, diz investigação O ex-deputado Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Jóias é suspeito, segundo a Polícia Federal, de vender equipamentos a traficantes para derrubar drones da polícia. As investigações da PF mostram que TH oferecia aparelhos a diferentes facções por preços bem acima do que os adquiria. Um superfaturamento que, pelos cálculos, chegava a R$ 3 milhões. "Comprador, vendedor de armas e drogas. De drone, contrabando, ganhava dinheiro com isso em cima dos chefes do tráfico que achavam que o valor era X e, na verdade, era 10 vezes mais que ele cobrava", afirmou o superintendente da PF, no Rio, o delegado Fábio Galvão. A investigação da PF aponta que TH Jóias, preso nesta quarta-feira (3) contrabandeou, pelo menos, 10 equipamentos antidrone usados por criminosos para atrapalhar operações policiais. Os documentos mostram que o ex-parlamentar comprou os produtos com um fornecedor chinês, entre junho de 2024 e março de 2025. Nesse período, TH já ocupava um lugar como deputado estadual na Assembleia Legislativa (Alerj). Entre os aparelhos estão: 1 Bloqueador de sinal do tipo "mochila"; 2 Detectores de drone; 7 Bazucas antidrone O valor da compra, de acordo com a investigação, foi de cerca de R$ 155 mil na cotação atual do dólar. As informações obtidas pela PF mostram que o ex-deputado superfaturou os equipamentos ao vender para os criminosos das duas facções. No mesmo período, o então deputado, participava da entrega de 214 novas viaturas para que os policiais combatessem o crime. Na decisão do desembargador Macário Ramos Júdice Neto, o político ofereceu cada um dos 10 aparelhos por R$ 300 mil ao traficantes Gabriel Dias de Oliveira, conhecido como Índio, e ao chefe do Comando Vermelho, Luciano Martiniano, o Pezão. Em um dos casos analisados pelos investigadores, o chefe do tráfico de drogas da Maré, Thiago da Silva Forly, conhecido também como TH relata que pagou mais de R$ 200 mil em um equipamento. TH Jóias na época da sua prisão, em 2017; PMs estão sendo investigados por fazer a segurança dele Reprodução Segundo as investigações, os produtos eram comprados por TH Jóias e depois oferecidos para as três facções do tráfico que disputam territórios no Rio de Janeiro. Os documentos mostram que o ex-parlamentar comprou os produtos com um fornecedor chinês, entre junho de 2024 e março de 2025. Nesse período, TH já ocupava um lugar como deputado estadual na Assembleia Legislativa (Alerj). Delegado federal pediu cargo na Alerj De acordo com as investigações, o delegado federal Gustavo Stteel, também preso, fazia o mesmo jogo duplo. A Polícia Federal enviou para a Justiça informações que provam que o delegado Gustavo Stteel fez levantamento detalhado de dados pessoais, imagens e informações funcionais de um delegado federal responsável pelas investigações para repassar aos traficantes. Ao mesmo tempo, pedia a Luiz Eduardo Cunha, o Dudu, assessor de TH Jóias, um cargo na Assembleia Legislativa. Lotado no Aeroporto Internacional do Galeão, Stteel falava a Dudu sobre a rotina nos plantões da PF no local relatando sobre a apreensão de drogas ou de medicamentos. Delegado federal Gustavo Stteel Reprodução A Polícia Federal pediu a transferência de Stteel para um presídio federal. O TRF, da 2ª Região, negou o pedido e determinou a perda do cargo. Gustavo Stteel está preso no Constantino Kokotós, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, unidade prisional destinada a policiais e ex-policiais. Os advogados de TH Jóias enviou nota: "A defesa do deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva considera absurdas as acusações que vêm sendo reiteradas contra ele. Trata-se de uma repetição de fatos já explorados anteriormente, em claro movimento de perseguição política a um representante legítimo do povo do Rio de Janeiro. Até o presente momento, a defesa não teve acesso integral aos autos, o que evidencia a violação do direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa. Reafirmamos nosso compromisso em esclarecer todos os pontos e demonstrar a total inocência do deputado". Já a defesa de Gustavo Stteel informou em nota: "A defesa do Delegado de Polícia Federal Gustavo Stteel vem a público esclarecer que seu constituinte é inocente das acusações que lhe foram atribuídas, o que será demonstrado no curso do processo que, confia a defesa, respeitará o devido processo legal, especialmente, as garantias constitucionais. Gustavo Stteel construiu sua trajetória profissional com base em princípios de ética, retidão e exemplaridade, atributos que sempre marcaram sua exímia atuação profissional, amplamente reconhecidos durante sua longa carreira na Polícia Federal. Sua trajetória demonstra comprometimento com a legalidade, a probidade e a defesa da sociedade. Destacamos que o decreto de prisão preventiva, no que se refere especificamente ao nosso constituinte, não se baseia em provas concretas, mas sim em meras suposições e conjecturas, cuja incorreção será devidamente esclarecida pela defesa nos autos. Reafirmamos nossa confiança na Justiça e na plena elucidação dos fatos, certos de que a inocência de nosso constituinte será reconhecida".