Uma plataforma intergeracional para mulheres negras se ajudarem
Nos últimos anos, Nicole Kenney vem abrindo seu caminho para se tornar uma liderança entre as mulheres negras dos Estados Unidos, graças à plataforma digital Hey, Auntie! (algo como “Oi, tia!”). A iniciativa busca construir uma rede de apoio e conexões para que mulheres negras de diferentes gerações consigam ser bem-sucedidas em casa, no trabalho e onde quer que estejam ou desejem estar. Essa jornada teve início com um curta-metragem de 15 minutos, intitulado “It starts with me” (“Começa comigo”), baseado em sua própria experiência. Há dez anos, Kenney estava no meio de uma crise: se via sem perspectivas profissionais e não enxergava seu lugar no mundo. Nicole Kenney, criadora da plaaforma Hey, Auntie!, onde mulheres negras se ajudam Divulgação “Eu tinha 32 anos e sabia que necessitava de ajuda. Desde a graduação na universidade, foram anos de ansiedade para corresponder às expectativas. Ainda não havia me dado conta do que pesquisas recentes vêm mostrando com clareza: mulheres negras enfrentam níveis mais altos de estresse devido à discriminação racial e de gênero. No entanto, não sabia como dar o primeiro passo e estava relutante em mostrar minha vulnerabilidade. Sofria calada”, conta. Foi uma tia, a educadora Deborah Roebuck , que lhe deu uma lição inesquecível. “O último lugar onde você deve estar quando se sente por baixo, é sozinha, por sua conta”, ela lhe disse. Kenney se apoiou em dois pilares: ouvir sua voz interna e procurar apoio em sua comunidade. Em 2021, foi aceita em uma incubadora de empresas para desenvolver o projeto de criar uma plataforma para mulheres negras. Vencedora do primeiro prêmio da competição, usou os US$ 50 mil (quase R$ 300 mil) para realizar uma pesquisa de campo e entender o que as levaria a se engajarem numa comunidade on-line. Para sua surpresa, uma parcela significativa das entrevistadas passava dos 50 anos. Elas desejavam contribuir de alguma forma para melhorar sua comunidade, mas também gostariam de aprender novas habilidades. A Hey, Auntie! tinha encontrado seu caminho. Na plataforma, há fóruns para discutir todo tipo de tema, nos quais conhecimentos e experiências são compartilhados. Além disso, mulheres maduras se tornam mentoras das mais jovens – e o inverso é frequente. Em resumo, sororidade e intergeracionalidade entrelaçadas. Histórias de mulheres negras viajantes que carregam o legado de Juliana Marins


Nos últimos anos, Nicole Kenney vem abrindo seu caminho para se tornar uma liderança entre as mulheres negras dos Estados Unidos, graças à plataforma digital Hey, Auntie! (algo como “Oi, tia!”). A iniciativa busca construir uma rede de apoio e conexões para que mulheres negras de diferentes gerações consigam ser bem-sucedidas em casa, no trabalho e onde quer que estejam ou desejem estar. Essa jornada teve início com um curta-metragem de 15 minutos, intitulado “It starts with me” (“Começa comigo”), baseado em sua própria experiência. Há dez anos, Kenney estava no meio de uma crise: se via sem perspectivas profissionais e não enxergava seu lugar no mundo. Nicole Kenney, criadora da plaaforma Hey, Auntie!, onde mulheres negras se ajudam Divulgação “Eu tinha 32 anos e sabia que necessitava de ajuda. Desde a graduação na universidade, foram anos de ansiedade para corresponder às expectativas. Ainda não havia me dado conta do que pesquisas recentes vêm mostrando com clareza: mulheres negras enfrentam níveis mais altos de estresse devido à discriminação racial e de gênero. No entanto, não sabia como dar o primeiro passo e estava relutante em mostrar minha vulnerabilidade. Sofria calada”, conta. Foi uma tia, a educadora Deborah Roebuck , que lhe deu uma lição inesquecível. “O último lugar onde você deve estar quando se sente por baixo, é sozinha, por sua conta”, ela lhe disse. Kenney se apoiou em dois pilares: ouvir sua voz interna e procurar apoio em sua comunidade. Em 2021, foi aceita em uma incubadora de empresas para desenvolver o projeto de criar uma plataforma para mulheres negras. Vencedora do primeiro prêmio da competição, usou os US$ 50 mil (quase R$ 300 mil) para realizar uma pesquisa de campo e entender o que as levaria a se engajarem numa comunidade on-line. Para sua surpresa, uma parcela significativa das entrevistadas passava dos 50 anos. Elas desejavam contribuir de alguma forma para melhorar sua comunidade, mas também gostariam de aprender novas habilidades. A Hey, Auntie! tinha encontrado seu caminho. Na plataforma, há fóruns para discutir todo tipo de tema, nos quais conhecimentos e experiências são compartilhados. Além disso, mulheres maduras se tornam mentoras das mais jovens – e o inverso é frequente. Em resumo, sororidade e intergeracionalidade entrelaçadas. Histórias de mulheres negras viajantes que carregam o legado de Juliana Marins