VÍDEO: Famílias encontram sepulturas cobertas por água em cemitério de Boa Vista: 'desumano'
Mãe encontra sepultura da filha coberta por água em cemitério de Boa Vista Familiares de pessoas enterradas no Cemitério Campo da Saudade, no bairro Centenário, na zona Oeste de Boa Vista, denunciam que as sepulturas ficaram alagadas após a chuva dessa quarta-feira (15). Um vídeo feito pela mãe de uma jovem mostra a área coberta pela água, com apenas uma cruz visível (veja acima). A autônoma Andreia Alves de Souza, de 42 anos, contou ao g1 que foi ao cemitério para tratar da construção do túmulo da filha e encontrou a área alagada. A ideia era fazer uma estrutura para homenagear a jovem, enterrada no local desde o dia 27 de setembro. "Eu me desesperei, gritei, falei bem alto que aquilo era um descaso, era desumano. Como é que uma mãe em luto, que não tem nem como discernir a sua dor ainda, vai visitar o seu ente querido e acha ele debaixo da água daquele jeito", afirmou. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 RR no WhatsApp O g1 procurou o Cemitério Campo da Saudade e aguarda o retorno. A filha, de 19 anos, foi enterrada há menos de um mês no cemitério particular, o único de Boa Vista que ainda permite novas sepulturas. No último sábado (11), data em que a jovem completaria 20 anos, Andreia visitou o local para homenagear a filha e encontrou a área com lama. Ela contou que, na ocasião, percebeu que a terra havia cedido por causa da chuva e que o local estava muito lamacento, “como se fosse resto de uma enchente”. Na madrugada dessa quarta, com a chuva forte, Andreia disse que acordou preocupada com a possibilidade de o local ter alagado. "Na madrugada eu acordei com os trovões e já comecei a pensar nessa situação, como vai ficar esse túmulo, e já tinha percebido que lá era uma área de alagar, uma área que alaga", contou a autônoma. LEIA TAMBÉM: 'Preciso pensar antes de gravar', diz jovem sobre repercussão negativa de vídeo de dancinha em cemitério de Sergipe Mãe disse que área começou a ser aterrada sem drenagem. Andreia de Souza/Arquivo pessoal Segundo a mãe, funcionários do cemitério começaram a aterrar o local nessa quarta, mas sem drenar a água. Para ela, o procedimento deveria ter sido feito antes das sepulturas serem abertas. Ao procurar a administração do cemitério, Andreia disse que foi informada de que o procedimento era considerado normal. Ela relatou que justificaram o enterramento sem aterro, alegando que a terra precisava estar firme. “Eles começaram a fazer o aterro do jeito deles, inclusive, de um jeito que eu achei muito errado, jogando terra dentro da lama, nem drenaram a água. Tudo muito desumano, tiram as cruzes e começaram a jogar areia por cima mesmo da água", relatou. 'Vendendo um lago' Andreia divulgou os vídeos nas redes sociais, e um aposentado de 63 anos, que preferiu não se identificar na reportagem, foi ao cemitério para verificar as condições do túmulo da mãe dele. Ela foi enterrada em 28 de setembro. "Eles estão vendendo um lago, eles vendem o lago. Chega lá, enterra e aí depois vem a chuva e cobre tudo, fica um lago. A minha mãe está na mesma situação", afirmou o aposentado. Ele afirmou que a administração do cemitério também disse que o procedimento era normal. “Falaram que até sábado iam providenciar, mas não entraram em detalhe sobre o que eles iam fazer”, completou. Além do abalo emocional, as famílias relatam prejuízo financeiro por não terem um serviço. Elas gastaram cerca de R$ 3 mil com o sepultamento no cemitério. "É triste e lamentável a gente ver uma situação dessa. A gente paga caríssimo, todo mundo sabe, para colocar o nosso ente querido ali dentro. E aí você se deparar com uma situação dessa", afirmou o aposentado. Os familiares deram início a abertura de um processo judicial contra o cemitério. A advogada das famílias, Kamila Madhay Perruci, explicou que a ação será individual, mas que estão atentos a outros casos semelhantes e não descartam a possibilidade de uma atuação coletiva. "Estamos tratando de duas famílias que enfrentaram situações muito semelhantes, terrenos vendidos para sepultamento que ficaram alagados por falta de estrutura adequada. A ação será individual, porque cada família tem seu contrato e prejuízo específico, mas estamos atentos a outros casos, e não está descartada a possibilidade de uma atuação coletiva", explicou Kamila. Famílias denunciam que sepulturas ficaram alagadas após chuvas em Boa Vista. Andreia de Souza/Arquivo pessoal Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.


Mãe encontra sepultura da filha coberta por água em cemitério de Boa Vista Familiares de pessoas enterradas no Cemitério Campo da Saudade, no bairro Centenário, na zona Oeste de Boa Vista, denunciam que as sepulturas ficaram alagadas após a chuva dessa quarta-feira (15). Um vídeo feito pela mãe de uma jovem mostra a área coberta pela água, com apenas uma cruz visível (veja acima). A autônoma Andreia Alves de Souza, de 42 anos, contou ao g1 que foi ao cemitério para tratar da construção do túmulo da filha e encontrou a área alagada. A ideia era fazer uma estrutura para homenagear a jovem, enterrada no local desde o dia 27 de setembro. "Eu me desesperei, gritei, falei bem alto que aquilo era um descaso, era desumano. Como é que uma mãe em luto, que não tem nem como discernir a sua dor ainda, vai visitar o seu ente querido e acha ele debaixo da água daquele jeito", afirmou. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 RR no WhatsApp O g1 procurou o Cemitério Campo da Saudade e aguarda o retorno. A filha, de 19 anos, foi enterrada há menos de um mês no cemitério particular, o único de Boa Vista que ainda permite novas sepulturas. No último sábado (11), data em que a jovem completaria 20 anos, Andreia visitou o local para homenagear a filha e encontrou a área com lama. Ela contou que, na ocasião, percebeu que a terra havia cedido por causa da chuva e que o local estava muito lamacento, “como se fosse resto de uma enchente”. Na madrugada dessa quarta, com a chuva forte, Andreia disse que acordou preocupada com a possibilidade de o local ter alagado. "Na madrugada eu acordei com os trovões e já comecei a pensar nessa situação, como vai ficar esse túmulo, e já tinha percebido que lá era uma área de alagar, uma área que alaga", contou a autônoma. LEIA TAMBÉM: 'Preciso pensar antes de gravar', diz jovem sobre repercussão negativa de vídeo de dancinha em cemitério de Sergipe Mãe disse que área começou a ser aterrada sem drenagem. Andreia de Souza/Arquivo pessoal Segundo a mãe, funcionários do cemitério começaram a aterrar o local nessa quarta, mas sem drenar a água. Para ela, o procedimento deveria ter sido feito antes das sepulturas serem abertas. Ao procurar a administração do cemitério, Andreia disse que foi informada de que o procedimento era considerado normal. Ela relatou que justificaram o enterramento sem aterro, alegando que a terra precisava estar firme. “Eles começaram a fazer o aterro do jeito deles, inclusive, de um jeito que eu achei muito errado, jogando terra dentro da lama, nem drenaram a água. Tudo muito desumano, tiram as cruzes e começaram a jogar areia por cima mesmo da água", relatou. 'Vendendo um lago' Andreia divulgou os vídeos nas redes sociais, e um aposentado de 63 anos, que preferiu não se identificar na reportagem, foi ao cemitério para verificar as condições do túmulo da mãe dele. Ela foi enterrada em 28 de setembro. "Eles estão vendendo um lago, eles vendem o lago. Chega lá, enterra e aí depois vem a chuva e cobre tudo, fica um lago. A minha mãe está na mesma situação", afirmou o aposentado. Ele afirmou que a administração do cemitério também disse que o procedimento era normal. “Falaram que até sábado iam providenciar, mas não entraram em detalhe sobre o que eles iam fazer”, completou. Além do abalo emocional, as famílias relatam prejuízo financeiro por não terem um serviço. Elas gastaram cerca de R$ 3 mil com o sepultamento no cemitério. "É triste e lamentável a gente ver uma situação dessa. A gente paga caríssimo, todo mundo sabe, para colocar o nosso ente querido ali dentro. E aí você se deparar com uma situação dessa", afirmou o aposentado. Os familiares deram início a abertura de um processo judicial contra o cemitério. A advogada das famílias, Kamila Madhay Perruci, explicou que a ação será individual, mas que estão atentos a outros casos semelhantes e não descartam a possibilidade de uma atuação coletiva. "Estamos tratando de duas famílias que enfrentaram situações muito semelhantes, terrenos vendidos para sepultamento que ficaram alagados por falta de estrutura adequada. A ação será individual, porque cada família tem seu contrato e prejuízo específico, mas estamos atentos a outros casos, e não está descartada a possibilidade de uma atuação coletiva", explicou Kamila. Famílias denunciam que sepulturas ficaram alagadas após chuvas em Boa Vista. Andreia de Souza/Arquivo pessoal Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.