As dez maiores polêmicas do Atletiba

Em pouco mais de 100 anos de rivalidade, Athletico e Coritiba já se enfrentaram 359 vezes, mas alguns clássicos ficaram marcados por muita polêmica. Relembre dez polêmicas do Atletiba, que terá o capítulo 360 no próximo domingo (19), às 18h30, no Couto Pereira, pela 33ª rodada da Série B. Conteúdo1 Socos entre jogadores2 Atletiba do […]

Out 15, 2025 - 17:30
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As dez maiores polêmicas do Atletiba

Em pouco mais de 100 anos de rivalidade, Athletico e Coritiba já se enfrentaram 359 vezes, mas alguns clássicos ficaram marcados por muita polêmica. Relembre dez polêmicas do Atletiba, que terá o capítulo 360 no próximo domingo (19), às 18h30, no Couto Pereira, pela 33ª rodada da Série B.

Socos entre jogadores

Atletiba terminou em troca de socos em 2023. (Foto: Arquivo/UmDois)

Os últimos Atletibas costumam terminar em confusão entre os jogadores, mas o clássico de 2023 foi além e acabou em uma briga generalizada, com troca de socos. Tudo começou após um desentendimento entre o zagueiro Márcio Silva, do Coritiba, e o meia David Terans, do Athletico.

Na sequência, atletas das duas equipes se envolveram em novas confusões espalhadas pelo gramado da Arena da Baixada. O zagueiro Pedro Henrique e o atacante Fabrício Daniel trocaram socos, enquanto o lateral-esquerdo Pedrinho acertou um chute e o zagueiro Thiago Heleno desferiu um soco no atacante Alef Manga.

Um torcedor do Athletico ainda invadiu o campo e agrediu o goleiro reserva Marcão, do Coritiba. Na ocasião, o Atletiba teve torcida única, medida adotada após incidentes nas arquibancadas em um clássico anterior.

Atletiba do YouTube

Atletiba de 2017. (Foto: Arquivo/UmDois)

Antes da febre das transmissões pela internet, Athletico e Coritiba transmitiram o clássico através de suas contas do Facebook e do YouTube. Mas o jogo ocorreu cerca de duas semanas depois previsto. No dia 19 de fevereiro de 2017, os times até entraram no gramado da Arena da Baixada, no entanto, a arbitragem não iniciou a partida com a alegação que as equipes de transmissão não estavam credenciadas.

Em 1º de março e com o apoio informal da hoje extinta equipe do Esporte Interativo, o Atletiba teve mais de 200 mil visualizações, um número considerado muito expressivo na ocasião. Em campo, Kleber Gladiador perdeu pênalti para o Coxa, e Crysan e Luis Henrique marcaram os gols da vitória do Rubro-Negro por 2 a 0.

Torcida única

Durante décadas, torcedores de Athletico e Coritiba dividiram as arquibancadas durante os clássicos, mas a situação chegou ao extremo oposto em 2012. Sob a justificativa de combater a violência, o presidente rubro-negro, Mario Celso Petraglia, liderou a iniciativa para fazer o primeiro Atletiba da história com torcida única.

Com a anuência do Ministério Público e da Polícia Militar, apenas torcedores do Athletico viram o empate sem gols, em 22 de fevereiro de 2012, na Vila Capanema. No mesmo ano, somente a torcida do Coxa viu a vitória de seu time por 4 a 2, em 22 de abril, no Couto Pereira.

Durante anos, o clássico Atletiba teve torcida única, porém a situação mudou em 2023. Uma reunião entre clubes, membros da segurança pública e a deputada Ana Júlia Ribeiro (PT) decidiu pela volta das duas torcidas ao estádio.

O Coritiba se posicionou favorável a presença das duas torcidas. Já o Athletico, a Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (Demafe) e o Ministério Público do Paraná (MP-PR) foram contra. Mas a torcida única só seria possível se os dois clubes aprovassem.

Atletiba do século

O Atletiba na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2011 reuniu dois rivais com objetivos distintos: o Athletico lutava para escapar da Série B, enquanto o Coritiba sonhava com uma vaga na Libertadores. Era o último jogo da Arena da Baixada antes da reforma para a Copa do Mundo de 2014.

Além da vitória, o Rubro-Negro precisava de um tropeço do Cruzeiro no clássico com o Atlético-MG, mas, ainda no primeiro tempo, a Raposa já vencia por 4 a 0 — terminou 6 a 1. Com a queda sacramentada, o Furacão venceu o Atletiba por 1 a 0 e impediu o rival de jogar a Libertadores no ano seguinte.

O Coxa não joga a principal competição continental desde 2004.

Proibição da entrega da faixa

Antes da final do Campeonato Paranaense de 2008, o presidente do Athletico, Mario Celso Petraglia, acertou com a Federação Paranaense de Futebol (FPF) para que não houvesse a entrega do troféu na Arena da Baixada. O Coritiba perdeu por 2 a 1, mas foi o campeão naquele ano. O Coxa comemorou com sua torcida no estádio rival, com um troféu improvisado.

Anos depois, em 2020, o Athletico conquistou o título do Campeonato Paranaense na casa do rival. Desta vez, o Coritiba apagou as luzes do Couto Pereira para evitar a comemoração do Rubro-Negro. Petraglia se pronunciou nas redes sociais e criticou a decisão.

Triste ver ações como a de ontem no Couto Pereira. Mandaram apagar todas as luzes do estádio para que o Furacão não pudesse comemorar a conquista inédita do tri com iluminação! Eu sei que dói perder, que o fanatismo cega, porém foi apenas mais uma partida — ninguém ganha sempre nesse esporte!

Dezenas de feridos

O então presidente do Coritiba, Jacob Mehl, determinou que a torcida do Athletico ficasse no anel inferior do Couto Pereira para o clássico do Campeonato Brasileiro de 1999. A decisão, porém, resultou num dos capítulos mais tristes da história do Atletiba.

Antes mesmo da bola rolar, os torcedores do Coritiba, que estavam o anel superior, atiraram objetos para baixo, enquanto os atleticanos revidavam. Dezenas de pessoas ficaram feridas, incluindo crianças, e a Polícia precisou intervir. Com bola rolando, o Coxa venceu por 2 a 1.

Atletiba do acesso

Alex comemora o gol no último clássico Atletiba na Série B. (Foto: Arquivo/Gazeta do Povo)

Antes deste ano, a última vez que Athletico e Coritiba disputaram juntos a Série B foi em 1995. No quadrangular final, o Rubro-Negro garantiu o acesso com duas rodadas de antecedência, enquanto o Coxa precisava vencer o clássico. Com o Couto Pereira lotado, o Alviverde venceu por 3 a 0, e os dois rivais retornaram juntos à elite do Campeonato Brasileiro.

Alguns torcedores chegaram a sugerir que o Athletico teria “entregado” o jogo para ajudar o Coritiba, mas a acusação sempre foi refutada pelos jogadores rubro-negros. “Já classificados, perdemos por 3 a 0 e na época falaram um monte de besteira. disseram que entregamos para subir outro paranaense. O que mais queríamos era sermos campeões com o Couto Pereira lotado e deixar o Coritiba na Segunda. Hoje sei que não tem nada a ver, mas como jogador pensava assim”, lembrou o então goleiro rubro-negro, Ricardo Pinto.

Atletiba da Páscoa

Em um período de domínio do Coritiba nos clássicos, um Atletiba disputado em um domingo de Páscoa mudou completamente a história do Athletico. O Coxa goleou por 5 a 1, com direito ao atacante Brandão comemorando um dos gols imitando um coelho.

A vexatória goleada mudou os rumos na Baixada. Pouco mais de um mês depois, Mario Celso Petraglia assumiu o Rubro-Negro e mudou a história do clube. O Furacão conquistou dois títulos de Sul-Americana, um de Campeonato Brasileiro e outro da Copa do Brasil. No momento, vive um momento de baixa após o rebaixamento para a Série B e a dificuldade para voltar à elite.

Mas foi após uma derrota para o rival há 30 anos que gerou a maior revolução na história do Athletico.

Briga na troca de faixas

Rafael Camarotta troca faixa com Marolla. (Foto: Arquivo)

Athletico e Coritiba disputaram um amistoso em novembro de 1985 para a troca de faixas — o Alviverde receberam as de campeão brasileiro e o Furacão as de campeão paranaense. O Atletiba estava em sua normalidade até os 42 minutos do primeiro tempo, quando saiu o gol de Nivaldo.

O Coxa reclamou de impedimento e Edson e Gomes foram expulsos. A partir de então, os jogadores alviverdes simularam contusões até o árbitro encerrar o clássico pela falta de número mínimo de atletas em campo.

Um dos jogadores que cumpriu a ordem foi o goleiro Rafael Camarotta, que foi suspenso pelo Tribunal de Justiça Esportiva do Paraná (TJD-PR). O caso afastou o camisa 1 da Copa do Mundo de 1986.

“O Telê [Santana] disse que não foi por motivo técnico ou físico, mas jurídico”, lembrou Rafael.

Atletiba de oito minutos

O clássico Atletiba do Campeonato Paranaense de 1946 ficou marcado por ter durado apenas oito minutos. Com o Belfort Duarte, hoje Couto Pereira lotado, o Coxa já estava na frente, mas Jackson deixou tudo igual. A comemoração do gol rubro-negro gerou uma confusão generalizada.

Para provocar o rival, o atacante Cireno tirou o gorro do goleiro coxa-branca Belo. Apenas Belo foi expulso por agressão pelo árbitro Leopoldo Xavier Viana. Em protesto contra a arbitragem, o time alviverde saiu do gramado.

Cerca de duas semanas depois, o Athletico ganhou os pontos do clássico mais curto da história.

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