Justiça suspende sigilo de caso do gari morto por empresário, nega pedido da defesa para anular confissão e marca audiências

Câmera registra momento em que gari cai no chão logo após ser baleado em BH A Justiça suspendeu nesta quarta-feira (5) o sigilo do caso do gari Laudemir Fernandes, morto com um tiro pelo empresário Renê da Silva Nogueira Júnior enquanto trabalhava, em Belo Horizonte, no último 11 de agosto (relembre o caso abaixo). Na mesma decisão, foi negado um pedido da defesa do acusado para anular a confissão do crime e marcadas as audiências para ouvir testemunhas. Segundo a juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, não há mais motivos para manter o segredo de justiça, decretado inicialmente para evitar vazamento de informações. A partir de agora, os autos voltam a ser públicos, com exceção de alguns documentos com proteção legal específica. "A Constituição Federal consagra a publicidade como princípio essencial à transparência e ao controle social da Justiça, limitando o sigilo a hipóteses excepcionais e temporárias", argumentou a magistrada. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MG no WhatsApp Pedidos da defesa negados A juíza rejeitou o pedido da defesa para anular a confissão do acusado, feita durante as investigações policiais. Os advogados alegaram que o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior estava sem acompanhamento jurídico no momento do depoimento. Na decisão, a magistrada afirmou que não há exigência legal para presença de advogado durante a fase inquisitorial e que o réu estava com dois defensores, além de ter sido informado sobre o direito de permanecer em silêncio. "A defesa não apresentou prova concreta que demonstre coação, constrangimento ou qualquer outro elemento que tenha anulado ou fragilizado o valor confessório extrajudicial", disse Souza. A defesa ainda tentou encerrar o processo alegando falta de provas e negativa de autoria. No entanto, o pedido foi rejeitado pela juíza, que considerou haver elementos mínimos para prosseguir com a instrução e analisar o mérito após a produção de provas. Ela ainda afastou outras alegações, como: suposta coação para fornecimento de senha do celular; nulidade da quebra de sigilo telefônico e telemático; irregularidades no reconhecimento pessoal; alegações de quebra da cadeia de custódia das prova. ✅Mande sua denúncia, reclamação ou sugestão para o g1 Minas e os telejornais da TV Globo Marcada audiência do caso Na decisão, a Justiça também marcou as primeiras audiências de instrução para 25 e 26 de novembro: No dia 25, serão ouvidas as testemunhas de acusação. No dia 26, será a vez das testemunhas de defesa e, se houver tempo, o próprio réu. Relembre o caso Após se irritar no trânsito devido a um caminhão de lixo na rua, Renê da Silva Nogueira Júnior atirou no gari Laudemir de Souza Fernandes, que trabalhava na coleta em Belo Horizonte. Ele também ameaçou a motorista do veículo. O empresário confessou o crime uma semana após a morte da vítima, durante depoimento no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). O exame de balística confirmou que a arma usada no assassinato do trabalhador era da esposa de Renê, a delegada Ana Paula Lamego Balbino. O laudo foi produzido pela perícia da Polícia Civil de Minas Gerais. Infográfico mostra principais pontos do assassinato do gari Laudemir Fernandes pelo empresário Renê Júnior, que confessou o crime Arte/g1 LEIA TAMBÉM: Vídeos exclusivos mostram empresário passeando com cães e na academia após matar gari em BH Esposa de gari morto por empresário mostra última mensagem que recebeu do marido Veja linha do tempo do caso O empressário Renê da Silva Nogueira Júnior, casado com a delegada Ana Paula Balbino Nogueira, foi preso suspeito de atirar e matar o gari Laudemir de Souza Fernandes Reprodução Vídeos mais vistos no g1 Minas:

Nov 5, 2025 - 17:30
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Justiça suspende sigilo de caso do gari morto por empresário, nega pedido da defesa para anular confissão e marca audiências

Câmera registra momento em que gari cai no chão logo após ser baleado em BH A Justiça suspendeu nesta quarta-feira (5) o sigilo do caso do gari Laudemir Fernandes, morto com um tiro pelo empresário Renê da Silva Nogueira Júnior enquanto trabalhava, em Belo Horizonte, no último 11 de agosto (relembre o caso abaixo). Na mesma decisão, foi negado um pedido da defesa do acusado para anular a confissão do crime e marcadas as audiências para ouvir testemunhas. Segundo a juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, não há mais motivos para manter o segredo de justiça, decretado inicialmente para evitar vazamento de informações. A partir de agora, os autos voltam a ser públicos, com exceção de alguns documentos com proteção legal específica. "A Constituição Federal consagra a publicidade como princípio essencial à transparência e ao controle social da Justiça, limitando o sigilo a hipóteses excepcionais e temporárias", argumentou a magistrada. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MG no WhatsApp Pedidos da defesa negados A juíza rejeitou o pedido da defesa para anular a confissão do acusado, feita durante as investigações policiais. Os advogados alegaram que o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior estava sem acompanhamento jurídico no momento do depoimento. Na decisão, a magistrada afirmou que não há exigência legal para presença de advogado durante a fase inquisitorial e que o réu estava com dois defensores, além de ter sido informado sobre o direito de permanecer em silêncio. "A defesa não apresentou prova concreta que demonstre coação, constrangimento ou qualquer outro elemento que tenha anulado ou fragilizado o valor confessório extrajudicial", disse Souza. A defesa ainda tentou encerrar o processo alegando falta de provas e negativa de autoria. No entanto, o pedido foi rejeitado pela juíza, que considerou haver elementos mínimos para prosseguir com a instrução e analisar o mérito após a produção de provas. Ela ainda afastou outras alegações, como: suposta coação para fornecimento de senha do celular; nulidade da quebra de sigilo telefônico e telemático; irregularidades no reconhecimento pessoal; alegações de quebra da cadeia de custódia das prova. ✅Mande sua denúncia, reclamação ou sugestão para o g1 Minas e os telejornais da TV Globo Marcada audiência do caso Na decisão, a Justiça também marcou as primeiras audiências de instrução para 25 e 26 de novembro: No dia 25, serão ouvidas as testemunhas de acusação. No dia 26, será a vez das testemunhas de defesa e, se houver tempo, o próprio réu. Relembre o caso Após se irritar no trânsito devido a um caminhão de lixo na rua, Renê da Silva Nogueira Júnior atirou no gari Laudemir de Souza Fernandes, que trabalhava na coleta em Belo Horizonte. Ele também ameaçou a motorista do veículo. O empresário confessou o crime uma semana após a morte da vítima, durante depoimento no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). O exame de balística confirmou que a arma usada no assassinato do trabalhador era da esposa de Renê, a delegada Ana Paula Lamego Balbino. O laudo foi produzido pela perícia da Polícia Civil de Minas Gerais. Infográfico mostra principais pontos do assassinato do gari Laudemir Fernandes pelo empresário Renê Júnior, que confessou o crime Arte/g1 LEIA TAMBÉM: Vídeos exclusivos mostram empresário passeando com cães e na academia após matar gari em BH Esposa de gari morto por empresário mostra última mensagem que recebeu do marido Veja linha do tempo do caso O empressário Renê da Silva Nogueira Júnior, casado com a delegada Ana Paula Balbino Nogueira, foi preso suspeito de atirar e matar o gari Laudemir de Souza Fernandes Reprodução Vídeos mais vistos no g1 Minas: