Negritudes: Mirtes Santana, mãe de Miguel, fala sobre luta por Justiça e transformação de dor em estudo
A luta de Mirtes, a mãe do menino Miguel Mirtes Santana, mãe de Miguel — que morreu aos cinco anos em 2020 ao cair do nono andar de um prédio de luxo no Recife — é a personalidade entrevistada pelo Fantástico no quadro Negritudes deste domingo (28). Na conversa, ela fala sobre a demora da Justiça, a transformação da dor em estudo e os planos de se tornar promotora de Justiça. Na época da morte de Miguel, Mirtes trabalhava como empregada doméstica há quase quatro anos para o casal Sari e Sergio Corte Real. Enquanto passeava com o cachorro a pedido da patroa, deixou Miguel sob os cuidados dela. Ao voltar, encontrou o filho já sem vida. Sari Corte Real foi condenada por homicídio culposo a oito anos e meio de prisão em 2022. A defesa recorreu e, em 2023, a pena foi reduzida para sete anos, mas a decisão não foi unânime. Atualmente, Sari aguarda em liberdade a definição de sua pena. Para Mirtes, a demora da Justiça "dói e machuca". "Preciso que o caso do meu filho seja resolvido para que eu possa dizer para mim: missão cumprida. Porque sou mãe de Miguel e deus me deu uma missão: cuidar de meu filho. Não só em vida, mas agora em morte, da memória dele", diz. Mirtes transformou o luto em busca por conhecimento. Ela foi estudar direito. Seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que recebeu nota 10, abordou o trabalho análogo à escravidão entre trabalhadoras domésticas no Brasil. Hoje, ela trabalha como assessora parlamentar na Assembleia Legislativa de Pernambuco, onde aplica os conhecimentos adquiridos na faculdade. Com a formatura próxima, os planos de Mirtes estão traçados. Ela pretende ser aprovada no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e, no futuro, tornar-se promotora de Justiça. "Continuar lutando até que a justiça seja feita", finaliza. Ouça os podcasts do Fantástico ISSO É FANTÁSTICO O podcast Isso É Fantástico está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts, trazendo grandes reportagens, investigações e histórias fascinantes em podcast com o selo de jornalismo do Fantástico: profundidade, contexto e informação. Siga, curta ou assine o Isso É Fantástico no seu tocador de podcasts favorito. Todo domingo tem um episódio novo. PRAZER, RENATA O podcast 'Prazer, Renata' está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts. Siga, assine e curta o 'Prazer, Renata' na sua plataforma preferida. BICHOS NA ESCUTA O podcast 'Bichos Na Escuta' está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts.
A luta de Mirtes, a mãe do menino Miguel
Mirtes Santana, mãe de Miguel — que morreu aos cinco anos em 2020 ao cair do nono andar de um prédio de luxo no Recife — é a personalidade entrevistada pelo Fantástico no quadro Negritudes deste domingo (28).
Na conversa, ela fala sobre a demora da Justiça, a transformação da dor em estudo e os planos de se tornar promotora de Justiça.
Na época da morte de Miguel, Mirtes trabalhava como empregada doméstica há quase quatro anos para o casal Sari e Sergio Corte Real. Enquanto passeava com o cachorro a pedido da patroa, deixou Miguel sob os cuidados dela. Ao voltar, encontrou o filho já sem vida.
Sari Corte Real foi condenada por homicídio culposo a oito anos e meio de prisão em 2022. A defesa recorreu e, em 2023, a pena foi reduzida para sete anos, mas a decisão não foi unânime. Atualmente, Sari aguarda em liberdade a definição de sua pena.
Para Mirtes, a demora da Justiça "dói e machuca".
"Preciso que o caso do meu filho seja resolvido para que eu possa dizer para mim: missão cumprida. Porque sou mãe de Miguel e deus me deu uma missão: cuidar de meu filho. Não só em vida, mas agora em morte, da memória dele", diz.
Mirtes transformou o luto em busca por conhecimento.
Ela foi estudar direito. Seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que recebeu nota 10, abordou o trabalho análogo à escravidão entre trabalhadoras domésticas no Brasil.
Hoje, ela trabalha como assessora parlamentar na Assembleia Legislativa de Pernambuco, onde aplica os conhecimentos adquiridos na faculdade.
Com a formatura próxima, os planos de Mirtes estão traçados. Ela pretende ser aprovada no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e, no futuro, tornar-se promotora de Justiça.
"Continuar lutando até que a justiça seja feita", finaliza.
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