O Brasil que trabalha e o futebol brasileiro que deixou de encantar

Estamos nos aproximando do fim de mais um ano, e a sensação é de que tudo continua do mesmo jeito: inúmeras denúncias de escândalos na administração pública, obras superfaturadas, prática política de baixo nível e poucas perspectivas de mudança. O que funciona mesmo no Brasil é o povo. O povo que trabalha, que faz a […]

Dez 26, 2025 - 12:30
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O Brasil que trabalha e o futebol brasileiro que deixou de encantar

Estamos nos aproximando do fim de mais um ano, e a sensação é de que tudo continua do mesmo jeito: inúmeras denúncias de escândalos na administração pública, obras superfaturadas, prática política de baixo nível e poucas perspectivas de mudança.

O que funciona mesmo no Brasil é o povo. O povo que trabalha, que faz a máquina funcionar por meio dos serviços, do comércio, da indústria, de um agronegócio monumental, das escolas, faculdades, hospitais, da criatividade e da esperança de cada um fazer por merecer aquilo que recebe ao final de cada mês.

Temos dois países completamente diferentes: o público e o privado.

No futebol, não é diferente. Estranha essa temporada de 2025. O Flamengo destacou-se como campeão brasileiro e da Copa Libertadores da América, mas fracassou no Mundial Interclubes, com aquela extravagância de pênaltis mal batidos na decisão contra o PSG. A Seleção Brasileira continua sob suspeita, mesmo com a contratação do renovado técnico Carlo Ancelotti, às vésperas de mais uma Copa do Mundo.

Bolivia x Brasil Carlo Ancelotti

A torcida segue esperando pela virada de chave da seleção, que fracassou nas últimas cinco Copas, e dos nossos clubes, que há 13 anos não conquistam um Mundial de Clubes.

Há tempos venho tentando encontrar os motivos que levaram o nosso futebol a esse estágio inferior. Afinal, o segredo do jogo é a criatividade, e isso o jogador brasileiro, especialmente aquelas dezenas de craques imortais do passado que tanto encantaram, sempre teve de sobra.

Teria sido apenas o efeito da Lei Pelé, que tirou dos clubes o domínio sobre os jogadores, repassando-o a empresários e agentes, que deitam e rolam nos clubes e na própria CBF? Em parte, sim. Porém, a nova geração de futebolistas tem sido mal formada, por diversos motivos.

Futebol ainda é paixão. Não é apenas cálculo, acúmulo de dinheiro ou imposição tática de treinadores que inibe a iniciativa e a criatividade dos jogadores modernos.

Os milionários negócios do futebol nos últimos anos mudaram completamente o comportamento de dirigentes, treinadores, executivos e, sobretudo, dos jogadores.

Estranha essa nossa Seleção Brasileira que já não encanta. Nenhuma atuação realmente convincente, nenhum resultado estrondoso que revele a emoção do sangue correndo pelo corpo, nenhum calor, apenas atuações protocolares de atletas que, entretanto, brilham na defesa de suas equipes europeias.

Apesar de tudo, continuo acreditando em dias melhores para a seleção e para o país, em tudo o que ele representa.

É grande o esforço da fé para manter viva a alegria do futebol brasileiro.

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