'Shutdown': Governo dos EUA é paralisado após Congresso não aprovar orçamento
O Capitólio dos EUA, horas antes de uma paralisação parcial do governo entrar em vigor, em Washington REUTERS/Elizabeth Frantz O governo dos Estados Unidos entrou em paralisação nesta quarta-feira (1º) após o Congresso não conseguir aprovar um projeto orçamentário para estender o financiamento federal. Com isso, uma série de serviços públicos deve ser suspensa já nas próximas horas. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A paralisação, também conhecida como "shutdown", é a 15ª desde 1981. No centro do impasse está a saúde. Os democratas afirmam que só aprovarão o orçamento se programas de assistência médica prestes a expirar forem prolongados. Sem a extensão desses benefícios, os custos com saúde para 24 milhões de americanos aumentarão drasticamente, com impacto maior em estados controlados por republicanos, como Flórida e Texas — que não implementaram medidas que garantem cobertura médica para pessoas de baixa renda. Já os republicanos de Donald Trump defendem que saúde e financiamento federal sejam tratados separadamente. Eles acusam os democratas de usar o orçamento como moeda de troca para atender demandas próprias antes das eleições legislativas de 2026, que definirão o controle do Congresso. A crise ganhou novos contornos com as ameaças do presidente. Trump afirmou que poderia demitir servidores e encerrar programas ligados aos democratas caso o governo fosse paralisado. “Vamos demitir muita gente. E eles serão democratas”, disse. Na segunda-feira (29), lideranças democratas e republicanas se reuniram com Trump na Casa Branca para tentar negociar uma saída. As conversas não avançaram, e ambos passaram a se acusar de forçar a paralisação do governo. Na noite desta terça-feira (30), senadores tentaram aprovar o orçamento, mas a última proposta discutida recebeu apenas 55 dos 60 votos necessários. Com a paralisação, apenas serviços considerados essenciais continuarão funcionando, como segurança pública, fiscalização de fronteiras e parte do controle aéreo. Veja os impactos mais abaixo. A última paralisação ocorreu entre 2018 e 2019, no primeiro mandato de Trump, quando ele exigiu que o Congresso aprovasse gastos para a construção de um muro na fronteira entre os EUA e o México. O presidente recuou 35 dias depois. O custo estimado da crise foi de US$ 3 bilhões. LEIA TAMBÉM Juiz decide que governo Trump agiu de forma inconstitucional ao prender estudantes estrangeiros pró-Palestina Trump e Milei vão se encontrar na Casa Branca para tratar de apoio de US$ 20 bilhões à Argentina Pressionado internamente, Netanyahu diz que não concordou com Estado palestino em reunião com Trump Impactos Aviões estacionados no aeroporto de LaGuardia, em Nova York Reuters Com o governo impedido de gastar, milhares de servidores públicos serão colocados em licença, enquanto outros, que trabalham em serviços essenciais, podem ter os salários suspensos. A remuneração será paga de forma retroativa quando o orçamento for normalizado. ✈️ O "shutdown" também pode afetar turistas. Companhias aéreas alertam que atrasos em voos são prováveis nos próximos dias. A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) informou que 11 mil funcionários serão enviados para casa. Durante a paralisação, 13 mil controladores de tráfego aéreo terão de continuar trabalhando sem receber salário. Atualmente, os EUA enfrentam déficit de cerca de 3.800 controladores. O shutdown de 2019 provocou filas maiores nos pontos de controle dos aeroportos. Na época, as autoridades reduziram o tráfego aéreo em Nova York. Ainda no setor do turismo, parques nacionais, museus e zoológicos federais também podem fechar ou ter serviços internos suspensos. A Estátua da Liberdade, em Nova York, e o National Mall, em Washington, devem interromper as visitas, por exemplo.


O Capitólio dos EUA, horas antes de uma paralisação parcial do governo entrar em vigor, em Washington REUTERS/Elizabeth Frantz O governo dos Estados Unidos entrou em paralisação nesta quarta-feira (1º) após o Congresso não conseguir aprovar um projeto orçamentário para estender o financiamento federal. Com isso, uma série de serviços públicos deve ser suspensa já nas próximas horas. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A paralisação, também conhecida como "shutdown", é a 15ª desde 1981. No centro do impasse está a saúde. Os democratas afirmam que só aprovarão o orçamento se programas de assistência médica prestes a expirar forem prolongados. Sem a extensão desses benefícios, os custos com saúde para 24 milhões de americanos aumentarão drasticamente, com impacto maior em estados controlados por republicanos, como Flórida e Texas — que não implementaram medidas que garantem cobertura médica para pessoas de baixa renda. Já os republicanos de Donald Trump defendem que saúde e financiamento federal sejam tratados separadamente. Eles acusam os democratas de usar o orçamento como moeda de troca para atender demandas próprias antes das eleições legislativas de 2026, que definirão o controle do Congresso. A crise ganhou novos contornos com as ameaças do presidente. Trump afirmou que poderia demitir servidores e encerrar programas ligados aos democratas caso o governo fosse paralisado. “Vamos demitir muita gente. E eles serão democratas”, disse. Na segunda-feira (29), lideranças democratas e republicanas se reuniram com Trump na Casa Branca para tentar negociar uma saída. As conversas não avançaram, e ambos passaram a se acusar de forçar a paralisação do governo. Na noite desta terça-feira (30), senadores tentaram aprovar o orçamento, mas a última proposta discutida recebeu apenas 55 dos 60 votos necessários. Com a paralisação, apenas serviços considerados essenciais continuarão funcionando, como segurança pública, fiscalização de fronteiras e parte do controle aéreo. Veja os impactos mais abaixo. A última paralisação ocorreu entre 2018 e 2019, no primeiro mandato de Trump, quando ele exigiu que o Congresso aprovasse gastos para a construção de um muro na fronteira entre os EUA e o México. O presidente recuou 35 dias depois. O custo estimado da crise foi de US$ 3 bilhões. LEIA TAMBÉM Juiz decide que governo Trump agiu de forma inconstitucional ao prender estudantes estrangeiros pró-Palestina Trump e Milei vão se encontrar na Casa Branca para tratar de apoio de US$ 20 bilhões à Argentina Pressionado internamente, Netanyahu diz que não concordou com Estado palestino em reunião com Trump Impactos Aviões estacionados no aeroporto de LaGuardia, em Nova York Reuters Com o governo impedido de gastar, milhares de servidores públicos serão colocados em licença, enquanto outros, que trabalham em serviços essenciais, podem ter os salários suspensos. A remuneração será paga de forma retroativa quando o orçamento for normalizado. ✈️ O "shutdown" também pode afetar turistas. Companhias aéreas alertam que atrasos em voos são prováveis nos próximos dias. A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) informou que 11 mil funcionários serão enviados para casa. Durante a paralisação, 13 mil controladores de tráfego aéreo terão de continuar trabalhando sem receber salário. Atualmente, os EUA enfrentam déficit de cerca de 3.800 controladores. O shutdown de 2019 provocou filas maiores nos pontos de controle dos aeroportos. Na época, as autoridades reduziram o tráfego aéreo em Nova York. Ainda no setor do turismo, parques nacionais, museus e zoológicos federais também podem fechar ou ter serviços internos suspensos. A Estátua da Liberdade, em Nova York, e o National Mall, em Washington, devem interromper as visitas, por exemplo.